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“A sociologia não nasce do nada. Surge em um dado momento da história do Mundo Moderno. Mais precisamente, em meados do séc. XIX, quando ele está em franco desenvolvimento, realizando-se. Essa é uma época em que já se revelam mais abertamente as forças sociais, as configurações de vida, as originalidades e os impasses da sociedade civil, urbano-industrial, burguesa ou capitalista. Os personagens mais característicos estão ganhando seus perfis e movimentos: grupos, classes, movimentos sociais e partidos políticos; burgueses, operários, camponeses, intelectuais, artistas; mercado, mercadoria, capital, tecnologia, força de trabalho, lucro, acumulação de capital e mais-valia; sociedade, Estado e nação; divisão internacional do trabalho e colonialismo; revolução e contra-revolução”.
IANNI, Octavio. A Sociologia e o mundo moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,2011.
A partir da reflexão de Octavio Ianni, é correto afirmar que a Sociologia
“Gonzaga foi, pois, o artista que, por meio de suas canções, instituiu o Nordeste como um espaço da saudade. Embora não aquele Nordeste com saudade da escravidão, do engenho, das casasgrandes; mas o Nordeste da saudade do sertão, de sua terra, de seu lugar. Saudade de seus cheiros, seus ritmos, suas festas, suas alegrias, suas sensações corporais. Saudade de migrante ou de homem de cidade, em relação a um espaço idílico onde homem e natureza ainda não se separaram; onde as relações comunitárias ainda estão preservadas, onde a ordem patriarcal ainda está garantida. Um Nordeste de hierarquias conhecidas e preservadas, mas também o Nordeste da seca, das retiradas, da súplica ao Estado e às autoridades por proteção e socorro. Um Nordeste humilde, simples, resignado, fatalista, pedinte. E, ao mesmo tempo, um Nordeste de grande “personalidade cultural”. Um lugar que quer conquistar um lugar para sua cultura em nível nacional, que quer mostrar para o governo e para os do Sul que existe, que tem valor, que é viável. O espaço da cultura brasileira contra as estrangeirices do Sul”.
ALBUQUERQUE, Durval M. A invenção do Nordeste e outras artes. Recife/ São Paulo: Fundação Joaquim Nabuco/Cortez, 1999.
A partir da ideia de Nordeste discutida no texto, avalie as afirmações a seguir.
I. A ideia de região é, também, uma expressão cultural, possível de ser compreendida sociologicamente por meio das representações que lhe emprestam significado político.
II. As canções revelam múltiplas significações de um Nordeste construído por representações que retratam valores e fenômenos que o constituem socialmente.
III. O Nordeste aparece no texto como um território geográfico possível de ser representado por questões ambientais que constituem seu caráter social.
É correto o que se afirma somente em
“Em um mundo inteiramente globalizado, no qual as identidades tendem a perder suas referências locais, devemos nos perguntar a respeito do lugar onde toma forma a criatividade cultural. Trata-se, em suma, de pensar conjuntamente as três relações duais e problemáticas entre identidade e lugar, cultura e lugar, identidade e cultura”.
AGIER, Michel. Distúrbios identitários em tempos de globalização. Mana, v.7, n.2, p.7-33,2001.
Ao estudar as identidades culturais em um mundo globalizado, o(a) Sociólogo(a) precisa considerar que
“O processo de precarização das condições de vida nos bairros mais pobres, associado ao desmantelo de equipamentos públicos como a escola, costumam se ampliar em diversas privações que a população dessas áreas vivencia, seja no âmbito do desemprego, seja na falta de serviços básicos de qualidade (saúde, educação, segurança, lazer). O elevado grau de carência naqueles bairros e a ausência do Estado favorecem o crescimento da criminalidade e da violência no cotidiano da população”.
SOARES, Antonio Mateus de Carvalho. Revista de C. Humanas, Viçosa, v.14, n.1, p.75-190, jan./jun.2014.
A partir do texto apresentado, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma nos seguintes itens:
( ) A ausência de serviços essenciais às populações é responsável pela precarização da vida cotidiana nos bairros pobres das cidades, o que favorece o crescimento da violência e da criminalidade nessas regiões.
( ) Violência é um fenômeno social que se origina da falta de controle e de repressão do Estado sobre parcela da população que não reconhece a autoridade do Estado no estabelecimento da ordem.
( ) Ao não promover, por meio de políticas públicas, a inclusão social de populações moradoras das periferias urbanas do País, o próprio Estado passa a ser um dos fatores principais na produção da criminalidade e da violência.
( ) A promoção de empregos é considerada como a saída para superação da criminalidade e da violência na sociedade contemporânea, caminho pelo qual o Estado deve atuar com exclusividade.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
“Lembro-me de uma entrevista de um negro em Florianópolis, que dizia em tom exaltado: 'O problema de preconceito no Brasil é que você não tem onde pegar'. É um preconceito alusivo, não explicitamente revelado. Ele aparece da maneira mais surpreendente: o negro chega ao restaurante e fica esperando enquanto o garçom atende a outros; no hotel ouve ''não temos vagas''; as crianças brancas e pretas convivem na escolinha em plena igualdade, até que vem a adolescência e ocorre a demarcação”.
IANNI, Otávio. Octavio Ianni: o preconceito racial no Brasil. Estudos Avançados, vol.18 nº.50 São Paulo: Jan./Apr.2004.
Considerando as reflexões de Otávio Ianni sobre o preconceito racial no Brasil, avalie as seguintes afirmações:
I. O preconceito está disseminado de forma velada na cultura brasileira. As pessoas não nascem preconceituosas, mas aprendem a sê-lo por meio do sistema de reprodução e incorporação de valores socialmente difundidos.
II. Por ser uma estrutura culturalmente internalizada, os preconceitos e as discriminações não são reconhecidos por quem os pratica, o que faz com que seus efeitos sejam minimizados por quem sofre essas discriminações.
III. Pelo fato de, no Brasil, o preconceito ser velado, as práticas discriminatórias nos vários espaços de convivência social são imperceptíveis e não se traduz, em última instância, em fatos verificáveis.
É correto o que se afirma em