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O STF [Supremo Tribunal Federal] rompe tabu ao legalizar a interrupção de gravidez de fetos sem cérebro e cria condições para que haja um ambiente digno para as mulheres que precisam usufruir desse direito.
Foram dois longos dias de julgamento, mas os ministros do Supremo Tribunal Federal tiraram o país de décadas de atraso ao decidir, por 8 votos a 2, que as grávidas de bebês anencéfalos (sem cérebro) têm o direito de realizar aborto. Salvo raras exceções, esses fetos morrem ainda no útero ou poucos minutos após o nascimento. Por essa razão, mais de dez mil mulheres já recorreram à Justiça para conseguir interromper esse tipo de gravidez. Agora, o STF determinou que as mulheres não mais precisarão pedir autorização judicial para ter direito ao aborto nesses casos, assim como acontece quando ela é vítima de um estupro ou corre risco de vida. A decisão é um marco para a sociedade brasileira. (MARTINO. 2012, p.77).
A decisão do Supremo Tribunal Federal contrariou a posição defendida
Em 1980, para resumir sua visão das relações entre os Estados Unidos e a União Soviética, Ronald Reagan proferiu esta fórmula: “Nós ganhamos; eles perdem”. Doze anos depois, seu sucessor imediato na Casa Branca, George Bush, felicitava-se pelo caminho percorrido: “Um mundo outrora dividido entre dois campos armados reconhece que existe apenas uma superpotência preeminente: os Estados Unidos da América.” Esse foi o fim oficial da Guerra Fria. Esse período acabou agora. Sua sentença de morte soou no dia em que a Rússia se cansou de “perder” e na medida em que seu rebaixamento programado nunca tocará o fundo, com cada um de seus vizinhos se vendo um de cada vez atraído – ou subornado – para uma aliança econômica e militar dirigida contra ela. “Os aviões da Otan patrulham os céus acima do Báltico, nós reforçamos nossa presença na Polônia.”
HALIMI, Serge. A nova Guerra Fria. Jornal Le Monde Diplomatique/Brasil. São Paulo, p.13, set.2014.
Neste contexto, para o presidente dos EUA, a nova Guerra Fria será diferente da antiga.
Uma das razões dessa diferença é que, contrariamente à ex-URSS, a Rússia não está dirigindo, de forma sistêmica, nenhum bloco de nações; portanto, ela se apresenta sem