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“Pesquisa do portal de vagas Empregos.com.br mostra que 81% dos profissionais entrevistados são a favor de trabalhar quatro dias por semana, no chamado esquema 4 x 3, enquanto 13% ainda têm dúvidas sobre o sistema - e somente 6% acham que a modalidade não funciona no país. Já as empresas parecem resistir à nova tendência. Apenas 4,9% das companhias que participaram da pesquisa são a favor da jornada reduzida. Outros 25% se opõem e 71,1% não têm um posicionamento definido sobre o tema”.


(CAVALLINI, Marta.81% dos profissionais são a favor da jornada de

4 dias, mas apenas 4,9% das empresas apoiam, diz pesquisa. G1.

Brasília,10 de nov. de 2022. Disponível em:

<https://g1.globo.com/trabalho-ecarreira/noticia/2022/11/10/81percent-dos-profissionais-sao-a-favorda-jornada-de-4-dias-mas-apenas-49percent-das-empresasapoiam-diz-pesquisa.ghtml>. Acesso em: 25 de jan. de 2023).


A partir da Teoria do Valor de Karl Marx podemos concluir que as empresas não são favoráveis à redução da jornada de trabalho porque essa diminui


“Com o app da Uber, você pode definir seu próprio horário. Tudo depende do que você deseja: se quer um emprego tradicional de motorista em tempo integral ou meio período, ou se prefere a flexibilidade para trabalhar quando quiser”.
(UBER DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA. Dirija quando quiser e ganhe de acordo com suas necessidades,2023. Disponível em: < https://www.uber.com/br/pt-br/>. Acesso em: 25 jan.2023).
No caso da empresa na propaganda citada acima a figura do patrão foi substituída por um aplicativo, e a figura do empregado pela do “parceiro”, que tem flexibilidade e pode trabalhar “quando quiser”. Como consequência desses novos vínculos flexíveis de trabalho podemos destacar

Antes de morar em outra cidade, o pesquisador Alessandro Barnabé Ferreira Santos, 28, mantinha a tradição de sentar-se com a família em São Luís, no Maranhão, e dividir as horas do café, do almoço e do jantar. Mas a vida caminha para a frente, e há hábitos que ficam para trás. Hoje, em São Paulo, concluindo o doutorado em literatura na USP, ele diz que costuma comer as refeições sozinho e tampouco tem a rotina de cozinhar. Para se alimentar, opta por uma facilidade da vida moderna: aplicativos de entrega. ‘Uso e abuso de aplicativos de entrega devido ao meu dia a dia. O tempo que gastaria para preparar minha comida posso usar para outras coisas. Tempo de espera é um tempo de produção perdido’, afirma ele, um dentre milhões de usuários de ferramentas que se tornam populares em um contexto de refeições solitárias e escolhas não exatamente saudáveis”.
(ZOCCHIO Guilherme. O sucesso dos apps de entrega, entre a solidão e a comida-porcaria. O Joio e o Trigo.03 de dez. de 2019. Disponível em: < https://ojoioeotrigo.com.br/2019/12/o-sucesso-dos apps-de-entrega-entre-a-solidao-e-a-comida-porcaria/>. Acesso em 25 de jan. de 2023).
O sucesso dos aplicativos de entrega de comida, retratados na matéria, expressam a conjunção de dois fenômenos da modernidade, que são:
As transformações societárias operadas na década de 1970 produziram novos traços ao desenvolvimento do capitalismo contemporâneo, sobretudo pelos impactos causados nos circuitos produtivos e nos processos de trabalho. Esse contexto se desdobrou em um projeto de restauração do capital baseado em:
David Harvey,1996, valendo-se diretamente da análise de Alain Lipietz concernente aos modos de regulamentação, concebe, da seguinte forma, um regime de acumulação: “um regime de acumulação 'descreve a estabilização, por um longo período, da alocação do produto líquido entre consumo e acumulação; ele implica alguma correspondência entre a transformação tanto das condições de produção como das condições de reprodução de assalariados'”. É correto dizer, com base nessa análise, que, entre os anos de 1950 e 1970, prevaleceu o modo de regulamentação caracterizado como: