Na feira-livre do arrabaldezinho Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor: - “O melhor divertimento para as crianças!" Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres, Fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito redondos.
No entanto a feira burburinha. Vão chegando as burguesinhas pobres, E as criadas das burguesinhas ricas, E mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza. Nas bancas de peixe, Nas barraquinhas de cereais, Junto às cestas de hortaliças O tostão é regateado com acrimônia.
Os meninos pobres não veem as ervilhas tenras, Os tomatinhos vermelhos, Nem as frutas, Nem nada.
Sente-se bem que para eles ali na feira os balõezinhos de cor são a única [mercadoria útil e verdadeiramente indispensável.
O vendedor infatigável apregoa: - “O melhor divertimento para as crianças!" E em torno do homem loquaz os menininhos pobres fazem um círculo [inamovível de desejo e espanto.