Eu fui na delegacia dar queixa do meu filho. Ele só me traz sofrimento. Dei queixa dele... também porque ele faz essas coisas comigo, ele já me bateu, agrediu, e vive ameaçando. Esse rapaz já deu muito trabalho pra nossa vida. Ele não tem gratidão nenhuma com a gente. Comigo, que sou mãe dele... ele faz essas coisas... fica me explorando, pedindo dinheiro toda hora. Quer mandar em tudo na minha casa, até como eu devo gastar o dinheiro. Se eu não dou, ele vem pra cima me bater. Já cansou de dizer que ia me matar (Rosário).
Nunca pensei que fosse passar por isso na vida. Você lá sabe o quanto sofrido é pra uma avó ter sua neta brigando, batendo.... eu nunca que pensei passar. Já sou velha e vi de tudo acontecer. Eu... eu tenho medo quando ela se zanga, ela quebra tudo que tá na frente... E eu não ‘tô’ aguentando mais. O povo da vizinhança sabia de tudo que ela me fazia e disse pra eu procurar a polícia, mas eu não queria. Eu nunca que pisei numa delegacia. Não sabia nem como falar. Se ‘eles pudesse’ dar uns conselhos pra ela. Essa menina só me dá problema, minha filha, e é desde nova mesmo. Ela, quando criança, era boazinha, mas foi crescendo e se tornando assim, ruim (Joana).
Carla Maria Lobato Alves. In: Relações familiares e violência: idosos
entre abafos e desabafos. Universidade Federal do Maranhão.
Os relatos apresentados acima denotam uma tendência de configuração da violência contra os idosos no Brasil de hoje. Acerca desse fenômeno, assinale a alternativa correta.