O analfabeto do futuro
Competitividade, globalização e empregabilidade são expressões repetidas como palavras de ordem. O seu real significado, porém, está distorcido pela banalização do uso. A base de todo o movimento de mudanças representado por essas palavras é a competência, que precisa ser vista como a habilidade de realizar.
Estamos, em pleno século XXI, travando uma luta contra o analfabetismo, a exclusão social e a desigualdade. Contudo, é preciso notar que a própria evolução competitiva dá uma nova proporção a essas dificuldades. No início do século passado, a alfabetização era a condição de o indivíduo escrever seu próprio nome. Hoje, ela exige uma competência mais complexa. É preciso, em uma folha de papel, saber exprimir ideias com coerência e fluidez. Por esse critério, podemos perceber que o problema do analfabetismo brasileiro é mais grave do que supúnhamos.
Entre a necessidade de assinar o nome e a urgência em dominar a redação, passaram-se cem anos. Para darmos o salto em direção à elaboração de teses científicas para a competitividade do país, não teremos sequer uma década.
Para isso, precisamos investir no desenvolvimento intelectual de nossos jovens. Precisamos de gente preparada para observar, conceber, desenvolver e exprimir ideias com desenvoltura e conhecimento. Precisamos de gente que, em uma simples redação, seja capaz de fazer a narrativa que irá contar a história do futuro.
Dulce Magalhães. O analfabeto do futuro. In: Revista Amanhã, p.74. Disponível em: (com adaptações).
julgue o item a seguir.
A fim de estabelecer maior interação com os leitores, a autora conclui sua argumentação com a apresentação de propostas claras e eficientes no sentido de desenvolver o potencial intelectual dos jovens do século XXI.