Na queda-de-braço entre chavismo e oposição, ambos os lados personalizam na figura do presidente sua discordância diametral sobre os rumos que o país deve tomar. Por trás da figura do coronel paraquedista transformado em chefe de Estado está um projeto de contornos vagos, mas com um sentido geral claro: socialismo bolivariano, uma mescla de estatismo distributivista com nacionalismo antiamericano.
    O empenho de Chávez em assegurar-se o direito de renovar o mandato indefinidamente sugere insegurança: a revolução não teria pernas para seguir em frente sem o líder. De maneira análoga, os opositores do projeto chavista parecem ver no presidente um obstáculo cuja remoção seria indispensável para reverter a marcha socializante.

Silvio Queiroz. Duelo de espelhos. In: Correio Braziliense, 15/2/2009, p.18.

Esse texto foi publicado no dia do referendo realizado na Venezuela, a respeito da possibilidade de reeleições sucessivas para os principais cargos executivos do país, cujo resultado foi favorável ao presente Hugo Chávez. Tomando-o apenas como referência inicial, assinale a alternativa correta.