Na Paraíba, a ação dos preadores havia motivado desentendimentos com os tupinambás, lá chamados de potiguaras, comedores de camarão. A resistência das comunidades formadas por esses indígenas, aliada às peculiaridades da navegação naquelas costas, cujo regime de ventos e correntes dificultava a viagem de retorno e as comunicações com Pernambuco, fez com que a guerra pela conquista da Paraíba se prolongasse durante mais de 25 anos. A inimizade surgiu pela ação de mamelucos, mestiços que andavam resgatando peças cativas e amealhando outras mercadorias, roubando-as com violência e enganos. Em 1574, o rapto de uma cunhã do sertão serviu de pretexto para o início das hostilidades entre os colonos portugueses e os habitantes da Paraíba. Nessa ocasião, dois engenhos foram assaltados e queimados e um dos donos ali foi morto. Nos 25 anos seguintes, várias outras tentativas de colonização foram patrocinadas pelas autoridades portuguesas e pelos colonos mais ricos da capitania de Pernambuco. Todas foram repelidas pelos nativos com auxílio francês.
Em 1580, um abastado colono pernambucano, Frutuoso Barbosa, ofereceu-se para conquistar esses territórios em troca de privilégios — terras e gentio. Ao chegar à boca da barra do Paraíba, ele encontrou 7 naus francesas, queimou 5 e matou alguns marinheiros. Sob ataque cerrado dos nativos e dos franceses, recuou para Pernambuco. Na segunda investida, Frutuoso limitou-se a queimar navios franceses. Em 1583, deixou Pernambuco nova expedição destinada a conquistar a Paraíba. Depois de queimar navios e espantar os potiguaras, fundaram uma fortaleza e um povoado nas imediações da barra do rio Paraíba. Na medida em que os portugueses se assenhoreavam do litoral da Paraíba, os franceses passaram a fortificar-se na baía da Traição. Em 1586, a guarnição de soldados portugueses e espanhóis bateu em retirada. Nova expedição vinda de Pernambuco, em 1586, conseguiu desalojar os franceses da baía da Traição, mas não conseguiu dobrar a resistência dos potiguaras. Os franceses rumaram para o Rio Grande.
Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma
interpretação. São Paulo: SENAC, 2008, p. 97-100 (com adaptações).
Quanto ao processo de conquista do território paraibano, ainda no primeiro século da colonização portuguesa no Brasil, assinale a opção
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