Antes de Colombo aportar na América, incas, maias e astecas já conheciam o feijão, primo da lentilha, da ervilha, da soja. Também na velha Europa o cultivavam. Greco-romanos usavam feijões, inclusive para votar: branco significava sim, preto significava não.
No Brasil, tornou-se parte da identidade nacional. Feijão com arroz, mais uma "mistura", é o prato nosso de cada dia. Em nosso falar cotidiano, ele surge em saborosas expressões, como quando se diz de alguém: não vale o feijão que come.
Há as variações sobre ele: a nacional feijoada, o gaúcho feijão tropeiro, virado à paulista, tutu à mineira. Mocotó e dobradinha com feijão branco. Acarajé, fritura de massa de feijãofradinho. Abará, outro bolinho, este cozido no vapor. E está na salada, seja o grão cozido, seja o broto. Até doce se faz!
Das centenas de variedades, cada lugar tem o seu predileto. No Nordeste e na Amazônia, é o feijão-de-corda. Em Salvador, o mulatinho ou carioquinha – usam até na feijoada! Em Florianópolis, o vermelho. Em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, o preto.
Não à toa, em Sobrados e Mucambos, Gilberto Freyre se inclui entre os estudiosos que consideram o feijão "fator de unificação brasileira".
(Mylton Severiano. Brasil. Almanaque de cultura popular. São
Paulo: Andreato comunicação e cultura, janeiro 2009, ano 10, nº 117, p. 30, com adaptações)
A ÚNICA palavra que NÃO exprime o sentido da expressão não vale o feijão que come, no 2º parágrafo, é