Atenção: Para responder às questões de números 36 a 42, considere o texto abaixo.
A cidade de Goiás, antiga Villa-Boa de Goyaz, que até o ano de 1933 ostentou a condição de capital do Estado, surgiu das povoações fundadas, em 1926, pelo explorador paulista Bartolomeu Bueno, o filho. Nascida em decorrência do ciclo do ouro, a cidade atingiu o auge durante o século XVIII.
A partir desse período, o seu núcleo central foi assumindo aparência arquitetônica própria, que ainda hoje conserva, num estilo colonial condizente com as condições da região.
Encravada às margens do rio Vermelho, num vale cercado por colinas, impossibilitada fisicamente de expandir-se, a cidade acabou por assumir um ar romântico imposto por contingências históricas e por força de sua situação geográfica.
Privilegiada no sentido de colocar as pessoas em contato permanente com os elementos da natureza, esse aspecto foi acentuado por seus riachos cristalinos e sua vegetação peculiar, suas ruas sinuosas e irregulares, suas ladeiras pedregosas, seus tortuosos e misteriosos becos, seus muros de pedra. Esses mesmos muros de pedra que alimentaram as lendas sobre os escravos que os construíram e sobre a existência de tesouros em pepita e ouro em pó, escondidos em suas fendas. Lendas que provocavam a imaginação das crianças, juntamente com os outros casos que os mais velhos contavam ao cair da noite, revivendo as tradições tribais, tanto da África quanto de nossos aborígenes.
Esse costume de os mais velhos contarem casos às crianças, ao entardecer, é um fato psicológico que deve ser realçado como elemento provocador, por excelência, da imaginação criadora dos vilaboenses.
O “contar casos” se constituiu numa tradição familiar de nossos ancestrais que Cora Coralina faz reviver em sua obra com toda pujança de seu poder criador.
Em seus poemas encontramos o estilo oral desses “casos”, sem invencionices literárias, gravados com a aparente simplicidade que caracteriza a sua obra poética.
(Adaptado da apresentação de: Cora Coralina. Vintém de
cobre: meias confissões de Aninha. 8. ed. S.Paulo: Global,
2001. p. 6 e 7)
Os verbos de ambas as frases estão empregados nos mesmos tempo e modo: