As dificuldades para conciliar desenvolvimento econômico e proteção ambiental travam as grandes obras de infraestrutura. Casos emblemáticos são a usina hidrelétrica de Belo Monte, o projeto de exploração do pré-sal e portos em São Paulo, Rio e Bahia, além do Rodoanel. Muitos dos projetos sofreram modificações por causa das pressões para atender às exigências ambientais. Ainda assim, ONGs e o Ministério Público questionam as obras por causa de seus grandes impactos.
Na avaliação do economista Sergio Besserman Vianna, ex-diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a visão que opõe desenvolvimento e questões ambientais é atrasada. "Esse anacronismo não corresponde mais à realidade. Quem continuar apostando nisso vai errar, pois a economia global está iniciando a maior transição tecnológica desde a Revolução Industrial." Segundo ele, a economia ancorada no desenvolvimento a qualquer custo e nos combustíveis fósseis está no começo de seu declínio, e será substituída por uma economia de baixo carbono e baseada na manutenção dos recursos naturais. "É certo que essa transição ocorrerá e sairão na frente os países que eliminarem essa visão obsoleta de que ambiente e desenvolvimento não podem conviver."
(Afra Balazina e Andrea Vialli. O Estado de S. Paulo, Vida, A24, 20 de fevereiro de 2011, com adaptações)