Atenção: As questões de números 8 a 15 referem-se ao texto seguinte.
De acordo com a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a oferta mundial de alimentos precisa crescer cerca de 20%. A expectativa é de que o Brasil tenha de arcar com 40% desse aumento. Para isso, terá dois caminhos: incorporar novas áreas ou ampliar a produtividade.
Embora domine as técnicas mais modernas, na média, a produtividade da agropecuária brasileira ainda está distante de alcançar seu pleno potencial. Em alguns casos, sobretudo na pecuária, ostenta índices medíocres. Grosso modo, as pastagens brasileiras possuem uma unidade animal por hectare. "Sem qualquer esforço sobrenatural, adotando-se uma tecnologia média e bastante acessível, o país poderia dobrar esse número" afirma José Vicente Ferraz, diretor-técnico da Informa Economics FNP, uma das mais respeitadas consultorias do setor. "Com a metade do rebanho brasileiro, os Estados Unidos produzem 50% mais carne", compara o especialista.
Para Ferraz, a ampla disponibilidade de terras, somada à baixa formação técnica e à escassez de capital, desestimulam o pecuarista a investir. "O investimento visa a poupar um fator de produção, neste caso, a terra. Se sobram terras baratas, esse investimento muitas vezes não se justifica do ponto de vista estritamente econômico."
O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirma que os ganhos da produtividade na pecuária poderiam liberar terras suficientes para dobrar a área plantada com alimentos, "sem derrubar uma única árvore". "Além disso, o Brasil ainda pode aumentar muito a produtividade de grãos, como o milho, o trigo e o feijão", afirma. Rodrigues sustenta, porém, que faltam políticas públicas capazes de assegurar a incorporação de tecnologia no campo, especialmente entre os pequenos. "As margens da agricultura são mínimas, então o produtor só consegue competir se tiver escala e tecnologia de ponta. Como faltam mecanismos para financiar a modernização, ele opta pela expansão da área, que é muito mais barata", explica.
(Gerson de Freitas Jr. CartaCapital, 11 de maio de 2011, p. 24, com adaptações)
. (último parágrafo)
O emprego da forma verbal grifada acima indica, considerando-se o contexto,