Texto V
Calcula-se em cerca de 5 bilhões o número de pessoas que entram anualmente em shopping center, supermercados, concessionários de veículos e lojas de rua de todos os tipos em nosso país. (...)
No fundo, é tudo um grande espetáculo. Vivemos hoje na sociedade do espetáculo, e o grande varejo é uma de suas expressões máximas. Nós o chamamos de arena da comunicação com o mercado, como os megashows de música pop, os eventos esportivos, as novelas de TV e a própria propaganda tradicional. Parafraseando um velho ditado, diríamos que o espetáculo é a alma do negócio, pois só assim conseguimos atender à busca frenética por novas emoções e experiências que caracteriza a sociedade hedonista e individualista de hoje. Isso tudo nos ajuda a entender a importância que o varejo assumiu, não só como ponto-de-venda mas também como centro difusor de novos conceitos, estilos de vida e marcas de produtos. Assumiu o papel educativo antes desempenhado pela propaganda.
O varejo de hoje lembra as catedrais góticas da Idade Média, feitas para embasbacar os burgueses. Nestas novas catedrais do consumo, o ser humano encontra o ambiente lúdico que abre mais facilmente os cordões da bolsa. Não são meras especulações filosóficas. Esse novo papel do varejo influi nas estratégias de comunicação com o consumidor e desvia para o ponto-de-vendas grandes verbas, antes destinadas à propaganda na mídia.
Francisco Graciosos, Época Negócios, maio de 2008.
dizer.