Um homem de 42 anos de idade procurou atendimento médico no pronto-socorro, relatando febre alta contínua, iniciada há quatro dias, associada a calafrios, sudorese intensa, perda do apetite, diminuição do volume urinário e cefaleia holocraniana intensa. Relatou ter procurado o posto de saúde, onde foi medicado com analgésicos e antipiréticos. Disse ter estado, a trabalho, por seis semanas, em Moçambique (África), e ter retornado ao Brasil há duas semanas. Negou outras doenças. No exame clínico, estava em mau estado geral, lúcido, orientado, porém sonolento, hipocorado (++/4+), ictérico (++/4+), acianótico, taquipneico, taquicárdico, com extremidades frias e sudoreico. Temperatura axilar = 41 ºC. Pressão arterial de 100 mmHg × 60 mmHg, frequência cardíaca de 130 bpm, frequência respiratória de 40 irpm, ritmo cardíaco regular em dois tempos, bulhas hipofonéticas e taquicárdicas; auscultou-se atrito pericárdico na borda esternal esquerda baixa, pulsos arteriais palpáveis e filiformes, enchimento capilar lentificado e presença de livedos reticulares no abdome e nos membros inferiores, afebril. Murmúrio vesicular audível, sem ruídos adventícios. Abdome flácido, doloroso à palpação superficial e profunda globalmente, principalmente no andar superior, baço palpável 3 cm abaixo da borda costal esquerda, espaço de Traube ocupado, ruídos hidroaéreos presentes, sem sinais de irritação peritoneal. Exames laboratoriais: hemograma – hemoglobina = 10,2 g%, hematócrito = 30%, leucócitos = 5.300/mm3, com diferencial normal, plaquetas = 30.000/ mm3; Tempo de ativação da protrombina = 63%; bioquímica do sangue – glicemia = 48 mg/dL, sódio = 137 mEq/L, potássio = 7,0 mEq/L, ureia = 94 mg/dL, creatinina = 3,5 mg/dL, bilirrubinas totais = 6,0 mg/dL; TGO = 88 U/L; TGP = 40 U/L; gasometria arterial (ar ambiente) – pH = 7,20, pO2 = 89 mmHg; pCO2 = 29 mmHg, HCO-3 = 10 mEq/L, BE = !12 mEq/L. O paciente trouxe exame complementar que permitiu confirmar o diagnóstico de malária.
Considerando o caso clínico acima apresentado, julgue os itens a seguir.
O exame complementar oficialmente adotado pelo Ministério da Saúde para a confirmação do diagnóstico em tela é o método da gota espessa, que se baseia na visibilização do parasito por meio de microscopia óptica, após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa).