Um homem de cinquenta e quatro anos de idade procurou atendimento médico, informando que havia cerca de uma hora começara a apresentar, de forma súbita, cefaleia holocraniana associada a perda da força muscular no lado direito do corpo (mais intensa no membro inferior direito) e dificuldade de falar corretamente. Seu filho relatou que o paciente havia sido previamente diagnosticado com hipertensão arterial sistêmica (em uso de enalapril), diabetes melito (controlado com dieta) e hipercolesterolemia. Além disso, o paciente é tabagista crônico. O exame físico mostrou pressão arterial de 140 mmHg × 90 mmHg no membro superior esquerdo, frequência cardíaca de 95 bpm, temperatura axilar de 37 ºC. O paciente estava consciente, orientado, com disfasia de expressão, eupneico. O exame neurológico mostrou pupilas isocóricas e fotorreagentes, hemiparesia direita (com predomínio no membro inferior direito), sem sinais de irritação meníngea. O exame segmentar não indicou outras alterações. O hemograma completo (com contagem de plaquetas) estava normal; glicemia de 95 mg/dL; tempo ativação de protrombina — relação normalizada internacional (INR) de 1,0. O paciente foi submetido a tomografia computadorizada do crânio (sem contraste) que mostrou hipoatenuação envolvendo um terço do território da artéria cerebral média e ausência de sinais de hemorragia.
Considerando esse caso clínico, julgue os itens que se seguem.
Como não há contraindicações e a janela de tempo é favorável, recomenda-se a realização de trombólise intravenosa nesse paciente no menor prazo possível, com administração, de forma isolada, do tirofiban, um antagonista da glicoproteína IIb/IIIa, já que as mais recentes evidências mostram maior benefício e menor risco quando se usa esse medicamento.