Uma paciente com dezenove anos de idade procurou atendimento médico por apresentar, havia cinco dias, quadro de cefaleia holocraniana e vômitos. A paciente revelou que não havia feito viagens recentes e que não possuía comorbidades prévias. No exame físico, ela apresentou-se com estado geral regular; eupneica; afebril; anictérica e acianótica; FC = 94 bpm; PA = 116 mmHg × 79 mmHg; e FR = 17 irpm. O exame cardiovascular revelou ausculta cardíaca normal, com bulhas rítmicas normofonéticas sem sopros e íctus cardíaco palpável e sem frêmitos. O exame pulmonar da paciente mostrou murmúrio vesicular presente bilateralmente, sem ruídos adventícios. Os exames do aparelho digestório mostraram plano, ruídos adventícios presentes, flácido com hepatomegalia levemente dolorosa. Observou-se também linfonodomegalia cervical, levemente dolorosa à palpação. Os membros inferiores da paciente estavam sem edemas. O resultado do exame clínico neurológico foi normal. A paciente teve de ser internada. Após três dias de internação, seu quadro clínico evoluiu com mialgia difusa, febre, diarreia líquida, hemorragia subconjuntival e exantema petequial difuso, predominante na face, no tórax e nas áreas sob pressão de suas roupas. Os resultados dos exames laboratoriais revelaram plaquetopenia, neutrofilia, com desvio à esquerda, e aumento das aminotransferases. No quarto dia de internação, observou-se aumento progressivo das bilirrubinas e, a partir desse dia, constatou-se que a paciente estava ictérica. Ainda durante o período de internação, a paciente apresentou alterações do coagulograma e epistaxe. Os médicos, então, prescreveram como terapêutica para a paciente hidratação endovenosa e plasma fresco congelado. No décimo dia de internação, ela apresentou melhora gradual da icterícia e da função hepática. No segmento ambulatorial, a paciente mostrou-se completamente assintomática. Os resultados das sorologias para hepatite A, hepatite B (anti-Hbc total e IgM), hepatite C, rubéola, sarampo, vírus EB (antiVCA), citomegalovírus, HIV (vírus da imunodeficiência adquirida) e toxoplasmose foram todos negativos.
Considerando-se esse caso clínico, é correto afirmar que