O Brasil ficou de fora, mas a Argentina conquistou novamente uma vaga no Oscar de melhor filme estrangeiro, depois de levar o prêmio, em 2010, por O Segredo dos Seus Olhos. Em seu primeiro longa-metragem, o diretor argentino Damián Szifrón faz um trabalho repleto de frescor e criatividade. São seis histórias, também assinadas por ele, tão boas e surpreendentes que, em muitos momentos, terminam com um gosto de quero mais. O prólogo já arrebata. Num avião, os passageiros percebem ter algo em comum: todos conhecem um sujeito chamado Pasternak. A coincidência vai acabar de forma assustadoramente divertida. A partir daí, os demais relatos trazem a vingança como tema — e o humor negro reina. Dois deles sobressaem. Em Bombita, Ricardo Darín interpreta um engenheiro que vive dias de cão por causa da burocracia portenha. Isso porque seu carro foi guinchado no momento em que ele pegava o bolo de aniversário da filha. No mais alucinante dos contos, o ator Leonardo Sbaraglia entra na pele do antipático dono de um Audi. Ele segue por uma estrada deserta, faz chacota com o motorista de um veículo caindo aos pedaços e, quando menos espera, tem o pneu de seu carrão furado. O confronto entre os homens se dá em meio a uma violência quase cartunesca. Fica fácil notar as influências do realizador, que vão de Tarantino aos irmãos Agustín e Pedro Almodóvar (produtores da fita), passando pelo “terrir” de Sam Raimi (Arrasta-me para o Inferno). Outra boa notícia é o resultado da comédia: embora seja uma trama em episódios, há uma afinada unidade entre eles.
Disponível em:<http://vejabrasil.abril.com.br/brasilia/materia/trofeu-das-telonas-4109>. Acesso em: 10/04/2015.
Assinale a alternativa que reproduz um trecho no qual esteja explícito um juízo de valor sobre o filme Relatos Selvagens.