O primo Basílio


Eça de Queiroz

[...]

Entraram para o escritório.

Era uma saleta pequena, com uma estante alta e envidraçada, tendo em cima a estatueta de gesso, empoeirada e velha, de uma bacante em delírio. A mesa, com um antigo tinteiro de prata que fora de seu avô, estava ao pé da janela; uma coleção empilhada de Diários do Governo branquejava a um canto; por cima da cadeira de marroquim-escuro pendia, num caixilho preto, uma larga fotografia de Jorge; e sobre o quadro duas espadas encruzadas reluziam. Uma porta, no fundo, coberta com um reposteiro de baeta escarlate, abria para o patamar.


Disponível em: <https://www.dominiopublico.gov.br/dowload/texto/ph000227.pdf>. Acesso em: 20 fev.2017.


O fragmento está inserido em uma estrutura narrativa comprovada por aspectos linguísticos marcados pela presença de