A ditadura do bom
[...] O mundo da excelência e da competição tem que resgatar seu amor ao diferente, ao exótico, ao feito à mão, ao individualizado, ao não-perfeito, à surpresa, ao descontrole e ao imprevisível. Como poderemos tolerar os outros e amá-los, se não toleramos em nós o que é “outro”, o que está fora de padrão e de expectativas? Não há identidade sem o outro; não há bom sem o ruim; não há bem sem o mal. Essa é a maneira como o ser humano enxerga a tensão da vida. Qualquer tentativa de engenharia que vise extirpar o “outro-ruim” corre o risco de inventar um “bom” monstruoso, que seja desagradável, horrendo e destrutivo. Com certeza o verbo dessa nova frase fundadora do futuro não seria mais o mesmo. Afinal amar é o sentimento capaz de apreciar o diferente. Só poderemos integrar nosso “ruim” a nós se pudermos processá-lo por meio do sentimento de amor. Num mundo só bom não há espaço para o humano. Entender isso é o grande desafio de nossa civilização. Mas sem dúvida implica coisas muito difíceis, tais como amar ou acolher nosso “ruim”. Em nossa fraqueza está nossa grandeza. É isso que chamamos de consciência humana – uma “terceira via” entre a ingenuidade animal e a ignorância da dominação.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0211199909.htm>. Acesso em: 11 abr.2018.
Dadas as assertivas, considerando as ideias do texto,
I. A temática do texto é a interdependência entre o bom e o ruim. O autor tenta evidenciar que o bom e o ruim são duas faces de um mesmo fenômeno cultural. II. Percebe-se, no texto, uma abordagem mais objetiva, já que o enunciador tenta camuflar sua opinião por meio de recursos linguísticos como a neutralização de expressões pessoais. III. Para propor o desenvolvimento da capacidade de apreciar o diferente, o autor utiliza o argumento de que apenas o amor é capaz de permitir que aceitemos e até apreciemos o outro.
verifica-se que está(ão) correta(s) apenas
[...] O mundo da excelência e da competição tem que resgatar seu amor ao diferente, ao exótico, ao feito à mão, ao individualizado, ao não-perfeito, à surpresa, ao descontrole e ao imprevisível. Como poderemos tolerar os outros e amá-los, se não toleramos em nós o que é “outro”, o que está fora de padrão e de expectativas? Não há identidade sem o outro; não há bom sem o ruim; não há bem sem o mal. Essa é a maneira como o ser humano enxerga a tensão da vida. Qualquer tentativa de engenharia que vise extirpar o “outro-ruim” corre o risco de inventar um “bom” monstruoso, que seja desagradável, horrendo e destrutivo. Com certeza o verbo dessa nova frase fundadora do futuro não seria mais o mesmo. Afinal amar é o sentimento capaz de apreciar o diferente. Só poderemos integrar nosso “ruim” a nós se pudermos processá-lo por meio do sentimento de amor. Num mundo só bom não há espaço para o humano. Entender isso é o grande desafio de nossa civilização. Mas sem dúvida implica coisas muito difíceis, tais como amar ou acolher nosso “ruim”. Em nossa fraqueza está nossa grandeza. É isso que chamamos de consciência humana – uma “terceira via” entre a ingenuidade animal e a ignorância da dominação.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0211199909.htm>. Acesso em: 11 abr.2018.
Dadas as assertivas, considerando as ideias do texto,
I. A temática do texto é a interdependência entre o bom e o ruim. O autor tenta evidenciar que o bom e o ruim são duas faces de um mesmo fenômeno cultural. II. Percebe-se, no texto, uma abordagem mais objetiva, já que o enunciador tenta camuflar sua opinião por meio de recursos linguísticos como a neutralização de expressões pessoais. III. Para propor o desenvolvimento da capacidade de apreciar o diferente, o autor utiliza o argumento de que apenas o amor é capaz de permitir que aceitemos e até apreciemos o outro.
verifica-se que está(ão) correta(s) apenas