O caso clínico a seguir servirá de base para a questão.
Paciente do sexo feminino,71 anos, hipertensa desde os 45 anos, em uso há 25 anos de hidroclorotiazida 25mg/dia + propranolol 80mg/dia. Etilista de cerca de 2 copos de vinho duas vezes por semana. Nega tabagismo. Sem outras patologias associadas. Vem evoluindo com dor abdominal epigástrica há 3 semanas, associada a náuseas, já necessitando, por várias vezes, o uso de analgésico e antieméticos para controle do quadro. A dor por vezes melhora com jejum. Há 24h com piora da intensidade da dor abdominal epigástrica que tem irradiação para dorso; associaram-se náuseas e vômitos além de prostração intensa.
O exame físico revela paciente corada, taquipneica (FR- 28 ipm) FC 108 bpm. PA 98 X 60 mmHg. Pulmões com MV abolido em base direita com FTV também abolido e maciez à percussão. Abdômen distendido, com dor à palpação superficial em andar superior e peristalse diminuída.
Os exames laboratoriais revelam:
Hb- 16,1 g/dl. Leucócitos- 18 800/mm3 (0-0-0-0-9-71-16-4). Plaquetas- 200 000/mm3
Glicemia 222 mg%. Ureia 58 mg%. Creatinina 1,4 mg%. Na
+ 144 mEq/L.
K+ 4,0 mEq/L Ca iônico 1,122 mmol/L
AST 98 UI/L (N- até 40 U/L) ALT 168 UI/L (N- até 40 U/L) LDH 456 UI/L (N- 115 a 225 UI/L) fosfatase alcalina- 238 UI/L (N- até 109 U/L), bilirrubina total 1,0 mg/dl, bilirrubina direta 0,5 mg/dl.
Amilase 1440 UI/L Lipase 1889 UI/L.
Rotina de abdômen agudo com moderada distensão de cólon ascendente e transverso com sinal do “cut off", ausência de concreções radiopacas ou líquido fora de alça intestinal. Opacidade em 1/3 inferior de hemitórax direito.