Vera Malaguti Batista enfoca em O Medo na Cidade do Rio de Janeiro: Dois Tempos de uma História a difusão do medo do caos e da desordem para neutralizar e disciplinar as massas empobrecidas, a partir da hegemonia conservadora.
Desse modo:
I. Para entender as bases do medo contemporâneo, a autora analisa os discursos sobre a segurança na conjuntura de pânico no Rio de Janeiro na década de 90 do século XX, paralelo ao estudo dos medos cariocas do século XIX, ao retratar a repercussão no Rio de Janeiro da revolta muçulmana escrava conhecida como a revolta dos Malês.
II. A autora reforça a ideia de que a Igreja, no começo da era moderna, de forma sábia manipulou e orientou os medos populares para consolidar seus interesses. Ressalta ainda que o medo coletivo foi de extrema importância na construção da sociedade urbana no Brasil.
III. A autora afirma que a escravidão exerceu uma enorme influência sobre a divisão e organização da sociedade contemporânea. Nisso incluem-se discursos, práticas de instituições, como a medicina e a saúde pública, política, imprensa, e o não menos importante controle da criminalidade.