Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar, na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! o seio palpitando Negros olhos as pálpebras abrindo Formas nuas no leito resvalando
Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando, Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
(Álvares de Azevedo, Poesias Completas)
Se o eu lírico se dirigisse à mulher amada como Você, o verso – Não te rias de mim, meu anjo lindo! – assumiria, em norma- -padrão da língua portuguesa, a seguinte redação: