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Mulher de 48 anos de idade, professora de português de um curso pré-vestibular, praticante de yoga, não obesa, sem antecedentes de hipertensão, diabetes ou tabagismo e sem outras queixas pregressas de saúde, foi vítima de sequestro que foi resolvido após 72 horas de intenso estresse e cerco policial. Ao ser resgatada, mostrava intensa dispneia, instalada de modo relativamente súbito após dor retroesternal constritiva intensa iniciada 4 horas antes do resgate, acompanhada, também, de sudorese fria e náuseas, e que perdurou por 2 horas seguintes, até resolver-se espontaneamente. Ao chegar ao pronto-socorro, encontrava-se taquicárdica, levemente hipotensa, com reperfusão capilar lentificada, sopro de insuficiência mitral discreto. Também mostrava o traçado eletrocardiográfico conforme o apresentado, troponina levemente elevada, ecocardiograma com fração de ejeção de 37% e acinesia apical do ventrículo esquerdo. Levada rapidamente à cinecoronariografia, mostrou coronárias completamente normais, sem desencadeamento de espasmo coronário após estimulação. Medicada com diuréticos e inibidores da enzima conversora de angioten sina, teve os sintomas de insuficiência cardíaca rapidamente revertidos. Após 48 horas, recebeu alta sem sintomas, com troponina normalizada e com cintilografia miocárdica por MIBI-Tc-Dipiridamol sem detecção de áreas definitiva ou transitoriamente mal perfundidas. A ressonância magnética abdominal mostrou-se normal, sem aumento da excreção de metanefrinas urinárias. Dez dias após a alta, tanto o eletrocardiograma quanto o ecocardiograma mostravam total normalização, sendo possível mantê-la assintomática sem qualquer das medicações anteriores. Diante desse quadro, uma hipótese diagnóstica foi assumida como mais provável. Em relação a essa hipótese, sabe-se que