Leia o texto abaixo.
Os jovens que cometem atos violentos ou uma infração ou que já estiveram em situação de liberdade assistida são, conforme apontaram nossos estudos, qualificados como violentos. Tal qualificação adere-se a eles como uma tatuagem e eles começam a ser vistos a partir dessa ótica e toda a sua trajetória de vida é reinterpretada a partir do ato de violência cometido, como exemplificado no relato do jovem entrevistado por nós. Esse jovem encontrava-se em liberdade assistida: por melhor que procurasse relacionar-se com as pessoas de fora de seu círculo íntimo, era visto unicamente como delinquente. A identidade a ele atribuída, de jovem delinquente, o definia e demarcava todas as relações que estabelecia com os outros. Da mesma forma, as expectativas que os outros construíam sobre sua vida futura acabavam por ser delimitadas por essa condição (Salles et al.,2007). Há aqui um processo de atribuição de identidade. Nesse caso, é a atribuição de uma identidade estigmatizada. Mas esse processo não é apenas externo, exterior a ele, pois essa identidade atribuída é assumida por ele.
SALLES, Leila Maria Ferreira. Jovens, escola e violência: alguns apontamentos sobre o processo de inclusão e exclusão simbólica de jovens.
Com base no trecho do livro, pode-se inferir que