Considerando que o público das classes de EJA é de pessoas entre 20 e 75 anos de idade, fica evidente que o termo "folhinha" usado pela professora deve causar estranhamento ao grupo. Além disso, o uso do diminutivo relembra permanentemente ao aluno da EJA que o lugar que ele ocupa naquela classe configura uma distorção. A organização dos conteúdos a serem trabalhados e os modos de abordagem seguem as propostas desenvolvidas para as crianças do ensino regular, e a linguagem utilizada pelo professorado infantiliza pessoas que, se não puderam ir à escola, tiveram e têm uma vida rica em aprendizagens que mereceriam maior atenção.

(Adaptado de: OLIVEIRA, I. B. "Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA". Educar, n.289, pp.83-100. Curitiba, 2007)


De acordo com a situação problematizada no texto,