Houve um episódio curioso ocorrido no ano de 1971, num pequeno e longínquo povoado amazônico, durante a inauguração de um trecho da Rodovia Transamazônica. Sabemos que a própria rodovia é, hoje, uma imensa ficção, mas isto é um “detalhe”. A tal inauguração coincidiu com a exibição, no único cinema do povoado, de um filme sobre vampiros, que causou grande impressão sobre todos os habitantes. No dia da inauguração, foram vistos automóveis pretos, em grande número, certamente ligados à comitiva presidencial. Imediatamente espalhou-se a notícia por todo o povoado de que os vampiros estavam chegando à região, que já tinham atacado outros lugares oferecendo bombons às crianças, para, a seguir, agarrá- -las e chupar o seu sangue. Como consequência desses boatos, estabeleceu-se um pânico generalizado no povoado: homens agarrando suas armas, gente rezando, e mães desesperadas buscando seus filhos. (Elias Thomé Saliba. “Experiências e representações sociais sobre o consumo de imagens”. Em Circe Bittencourt (org.).O saber histórico na sala de aula. Adaptado)

Para Saliba, esse episódio permite