Mapas e cartas são um poderoso instrumento de observação, uma fonte documental, cuja análise requer mais que o mero exercício de descrição de um quadro geográfico congelado no espaço físico. Essa moldura do mundo ou de partes dele é também a construção da imagem do espaço humano habitado, da moradia de homens e mulheres que estão sempre a erguer e reerguer uma imensa rede de relações historicamente objetivadas. Nessa medida, pode-se dizer que a cartografia, seja ela de que período histórico for, remete-nos, quase que instantaneamente, a questões ligadas a modelos de organização do espaço social saídos do interior de paradigmas previamente estabelecidos.


[Maria Eliza Linhares Borges. Cartografia, poder e imaginário:

cartográfica portuguesa e terras de além-mar. Em Lana Mara de Castro

Siman e Thais Nívia de Lima e Fonseca (org). Inaugurando a História e

construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História]


De acordo com o excerto, a cartografia histórica é