O Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) é um sistema diagnóstico e estatístico de classificação dos transtornos mentais, segundo o modelo categorial, destinado à prática clínica e à pesquisa em psiquiatria, elaborado pela American Psychiatric Association (APA). A última versão do manual, o DSM-V, data do ano de 2013. Dadas as afirmativas acerca do DSM-V,
I. Com o advento do DSM-V e a consolidação da nomeação em série e em larga escala do sofrimento psíquico, a saúde mental assume um novo contorno no cenário atual, uma vez que se instala, de modo significativo, um processo de patologização da existência que culmina com a chamada medicalização da vida, na qual qualquer desvio da ordem estipulada socialmente se torna passível de medicação. II. Com o advento do DSM-V o foco deixa de ser o discurso biologizante que privilegia descrições especificadas de fenômenos objetivos, trazendo um empobrecimento à lógica diagnóstica, para ancorar-se numa posição que privilegia a escuta do sujeito em sofrimento e, portanto, considera fundamental o saber que este tem sobre si mesmo, para a busca do diagnóstico. III. Os avanços e os detalhamentos das descrições psicodiagnósticas do DSM-V e o aumento de classes e de categorias diagnósticas parecem influenciar a expansão das indústrias farmacêuticas – ao passo que poderíamos nos perguntar se não seria a própria indústria que influencia as categorias do novo DSM – que se tornaram as novas detentoras do poder controlador do sofrimento psíquico da população, do mal-estar da sociedade e da veiculação midiática.
verifica-se que está/ão correta/s