O impossível
Por Cristiana Albuquerque, em 03/01/2022.
Existem áreas da ciência que são muito avançadas, enquanto outras progridem em um ritmo mais lento, sem que muitas pessoas se deem conta do potencial que poderiam ter se houvesse mais investimentos, pesquisas e, claro, mais “ousadia” por parte de muitos cientistas.
Recentemente, li um artigo no qual um físico afirma que, dentro de algum tempo, com os investimentos corretos, já será possível controlar o clima. Isso mesmo: pelo nível tecnológico de muitas áreas, em breve podemos estar controlando chuvas.
Imagine as possibilidades: acabaríamos com a escassez de água em muitas cidades no Brasil e, ao mesmo tempo, evitaríamos enchentes como as que ocorreram na Bahia. Não teríamos os níveis dos reservatórios tão baixos a ponto de afetar a geração de energia e nem problemas agrícolas.
Acredito que essa “ousadia” em imaginar novas tecnologias, algo efetivamente disruptivo para solucionar grandes problemas da humanidade, é algo que está sendo cada vez menos comum entre nós. há alguns anos, enquanto lia uma bibliografia do grande gênio Nikola Tesla¹, conheci alguns dos seus projetos como um sistema de transmissão de energia sem fio e também uma espécie de espaçonave que não precisaria de foguetes.
Possivelmente, alguns desses projetos de Tesla podem ter sido apenas sonhos. Mas precisamos de cientistas, engenheiros e empreendedores com a mesma capacidade de sonhar, de desbravar o que hoje parece impossível.
Eu acredito que a tecnologia surge primeiramente na mente dos visionários. É necessário um fator de motivação para reunir dezenas ou centenas de pessoas diante de um conjunto de problemas para, depois de muito trabalho duro, solucionar uma grande questão. Ora, Elon Musk² quer levar o homem a Marte. Isso por si só vai empurrar a inovação em muitas áreas. Se formos capazes de plantar em Marte, seremos capazes de plantar no deserto do Saara.
Se não houver inovação não haverá progresso. O futuro exige que novas companhias, cientistas e muitos outros profissionais surjam explorando os limites da ciência.
Talvez em 2022 possamos despertar nossas consciências sobre a necessidade de abraçarmos o impossível para que tenhamos um futuro melhor.
Observações:
1. Nikola Tesla: foi um inventor, engenheiro eletrotécnico e engenheiro mecânico sérvio, mais conhecido por suas contribuições ao projeto do moderno sistema de fornecimento de eletricidade em corrente alternada.
2. Elon Musk: é um bilionário fundador de diversas empresas de alta tecnologia que atuam em diversos ramos, desde automóveis até viagens espaciais.
Leia o texto 'O impossível' e, em seguida, analise as afirmativas abaixo:
I. No texto, o trecho “Eu acredito que a tecnologia surge primeiramente na mente dos visionários”, os vocábulos “tecnologia” e “visionários” são exemplos de substantivos comuns, sendo o primeiro feminino e o segundo, masculino.
II. A autora faz referência a uma afirmação de um cientista para indicar ao leitor que os esforços, os investimentos e a “ousadia” na ciência podem permitir à humanidade alcançar elevados patamares de desenvolvimento tecnológico e domínio sobre a natureza.
III. A autora não limita a responsabilidade pelo progresso e inovação apenas aos cientistas. Para ela, as companhias e muitos outros profissionais podem atuar na exploração dos limites da ciência.
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