Questões de Concurso

(Concurso Milagres/2018) “Damiens fora condenado, a 2 de março de 1757, a pedir perdão publicamente diante da porta principal da Igreja de Paris, [aonde devia ser] levado e acompanhado numa carroça, nu, de camisola, carregando uma tocha de cera acesa de duas libras; [em seguida], na dita carroça, na praça de Grève, e sobre um patíbulo que aí será erguido, atenazado nos mamilos, braços, coxas e barrigas das pernas, sua mão direita segurando a faca com que cometeu o dito parricídio, queimada com fogo de enxofre, e às partes em que será atenazado se aplicarão chumbo derretido, óleo fervente, piche em fogo, cera e enxofre derretidos conjuntamente, e a seguir seu corpo será puxado e desmembrado por quatro cavalos e seus membros e corpo consumidos ao fogo, reduzidos a cinzas, e sua cinzas lançadas ao vento” (IN: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: histórias da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes,1987, p. 11.) Observando o texto acima, assinale a única opção correta sobre as ações do Estado de punição de crimes, no final do século XVIII e início do XIX, na Europa:

(a)

As punições e suplícios que se transformavam em verdadeiras festas foram se extinguindo e substituídos por atos administrativos do sistema judiciário, as execuções públicas passaram a ser vistas como incentivadoras de violência;

(b)

Os europeus passaram a ver os espetáculos punitivos como atos de humanização tanto dos condenados, como de seus carrascos;

(c)

A eficácia da punição passou a ser atribuída principalmente na sua intensidade visível publicamente e menos à sua fatalidade;

(d)

A glorificação da força do Estado passou a ser definida pela sua capacidade de matar e ferir os criminosos;

(e)

Antes deste período, os debates, sentenças e condenações eram públicos, enquanto as execuções eram mais sigilosas. A partir de então, esta relação se inverteu.