Conforme ensina Gonzaga, em “Manual de Literatura Brasileira”, o Parnasianismo no Brasil representou um desligamento da realidade local no que esta tinha de pobre, feia e suja. Na adoção de valores europeus, os poetas do período fecharam suas obras para um mundo grosseiro, feito de hordas de miseráveis, pestes e exploração, sonhando apenas com Paris, a cidade luz que os fascinava. Um dos poetas parnasianos era Olavo Bilac, que apresenta uma concepção mais espiritualizada das relações amorosas, e escreveu o soneto XIII, apresentado abaixo:


“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto

A via láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas”.


(Fonte: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000252.pdf)


O soneto compõe o livro de Bilac e é denominado: