Atenção: As questões de números 8 a 15 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Na pré-história, quando os homens eram apenas coletores e caçadores, não havia grande necessidade de regras, senão aquelas básicas, ditadas pela frágil condição humana diante das forças descomunais da natureza. A escassez de espaço e de comida no período subseqüente, que se encerrou há 11.000 anos, o da Idade do Gelo, desencadearia a criação de regras que acompanham a humanidade desde então.
Nossos antepassados tiveram a necessidade premente de estabelecer normas mais complexas de convivência. Foi nesse período que o Homo sapiens desenvolveu os conceitos de família, de religião e de convivência social. Esses homens legaram evidências arqueológicas de uma revolução criativa que inclui desde os espetaculares desenhos nas cavernas até os rituais de sepultamento dos mortos. “Naquele período era preciso definir quem pertencia à família ou não, e com quem se deveriam compartilhar os alimentos. Portanto, era necessário criar regras específicas”, diz a arqueóloga Olga Soffer, da Universidade de Illinois. O antropólogo americano Ian Tattersall afirma ainda que as primeiras regras sobre propriedade foram criadas nessa fase. Enquanto o território pertencia ao grupo, algumas categorias de objetos passaram a ser individuais.
Boa parte das regras de convivência tem como base esse conjunto de normas ancestrais: não mate, não roube, respeite pai e mãe, proteja-se do desconhecido, tema o invisível ... As religiões, em seu aspecto comunitário, nada mais são do que criadoras e garantidoras do cumprimento de regras, sob pena de punição divina.
(Adaptado de Okky de Souza e Vanessa Vieira. Veja, 9 de
janeiro de 2008, p. 55/56)