Texto: Os dois "multis” dos multiletramentos
O termo mutiletramentos refere-se atualmente a dois aspectos principais da construção de significado. O primeiro é a diversidade social, ou a variabilidade de convenções de significado em diferentes situações culturais, sociais ou de domínio específico. Textos variam enormemente dependendo do contexto social — experiência de vida, assunto, domínio disciplinar, ramo de trabalho, conhecimentos especializados, ambiente cultural ou identidade de gênero, só para citar algumas diferenças importantes. Essas diferenças estão se tornando cada vez mais significativas nos modos como interagimos em nossa vida cotidiana, isto é, nos modos como construímos significados e deles participamos, Segundo o NLG (Grupo da Nova Londres, surgido em 1996 com o manifesto "A pedagogia dos multiletramentos" e que conta com pesquisadores como Gunther Kress, William Cope, Jim Gee, Mari Kalantzis e Norman Fairclough), é preciso lidar com as diferenças linguísticas e culturais, que se tornaram centrais para a pragmática de nossas vidas profissionais, cívicas e privadas. Assim, o NLG defende um ensino voltado para projetos que considerem as diferenças multiculturais existentes, dando visibilidade às dimensões profissional, pessoal e de participação cívica.
O segundo aspecto da construção de significado destacado pela ideia de multiletramento é a multimodalidade. Essa é uma questão particularmente significativa hoje, em parte como resultado dos novos meios de informação e comunicação. Os significados são construídos cada vez mais multimodalmente, devido à crescente multiplicidade e integração de modos de construção do significado, em que o textual está integrado ao visual, ao áudio, ao espacial, ao comportamental etc. Isso é particularmente importante na mídia de massa, na multimídia e na hipermídia eletrônica.
Fonte: Kalantzis, M; Cope, W; Pinheiro, P. Letramentos. Campinas, SP. Editora da Unicamp,2020.
Analise as informações a seguir:
I. A leitura do texto literário é fonte de prazer e precisa, portanto, ser considerada como meio para garantir o direito de lazer das crianças e dos adolescentes. Todavia, é preciso sair da bolha tanto dos autores clássicos quanto dos autores das editoras clássicas. Há muita produção independente de alta qualidade que poderia chegar à escola, mas esbarra no processo de escolha dos livros para chegar até ela. Se acostumarmos os educandos apenas aos autores clássicos ou canônicos, privamos os alunos, inclusive, de conhecer outras obras que retratam a existência e singularidade do educando, desconsiderando, assim, em certa medida, que a leitura do texto literário também é uma fonte de descobertas.
Il. As crianças, desde muito cedo, convivem com a língua oral em diferentes situações, a linguagem ocupa, assim, um papel central nas relações sociais vivenciadas por crianças e adultos. Por meio da oralidade, as crianças participam de diferentes situações de interação social e aprendem sobre elas próprias, sobre a natureza e sobre a sociedade. Vivenciando tais situações, as crianças aprendem a falar muito cedo e, quando chegam ao ensino fundamental, salvo algumas exceções, já conseguem interagir com autonomia. No âmbito escolar, todavia, elas aprendem a produzir textos orais mais formais e se deparam com outros que não são comuns no cotidiano de seus grupos familiares, o que é um equívoco da escola há muito tempo repetido.
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