Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
Durante milênios convivemos com a convicção de que não haveria limites para a atividade humana, seja quanto ao uso de recursos naturais, seja de energia, de praticamente tudo. O tempo encarregou-se de mostrar o contrário – com os limites na área dos recursos hídricos acentuados pelo crescimento da população; com o uso de combustíveis fósseis detonando a questão das mudanças do clima; com a insustentabilidade dos atuais padrões de produção e consumo, além da capacidade de reposição do planeta. Agora, mais alguns limites se esboçam no horizonte para a fabricação e uso dos computadores, por causa do consumo de energia; da emissão de gases em razão de seu uso; da sobrecarga em vários tipos de utilização, que ameaça até com um “apagão planetário”; e da geração de lixo tecnológico, muitas vezes exportado para países pobres.
Estudo recente mostrou que o consumo de energia pelos computadores no mundo todo mais que dobrou entre 2000 e 2005; outro estudo situa as emissões de gases poluentes gerados pela tecnologia da informação e comunicação no mesmo nível das emissões feitas pelo transporte aéreo no mundo.
São números que começam a preocupar a própria indústria de produção de equipamentos nessas áreas. Divulgado o último relatório, as principais produtoras criaram um sistema conjunto para aumentar a eficiência de hardwares e softwares. Pensam em novas formas de suprimento de energia, talvez a solar, em substituição ao tipo de corrente nos centros armazenadores de informações e em avisos que advirtam sobre os problemas de estocagem ilimitada de informações, imagens ou som.
Há outros ângulos do problema que chegam a atingir o campo da política, como nos EUA, em que procedimentos antiéticos preocupam, com a divulgação de mensagens provocadoras ou portadoras de falsas informações. Nem é preciso falar no problema dos spams, que entopem as caixas de recepção de mensagens no mundo, todos os dias, muitos deles portadores de vírus extremamente problemáticos. E ainda há o problema do lixo tecnológico (peças e pedaços de computadores, pilhas, baterias), já tão grave que a própria ONU criou diretrizes mundiais que apontam caminhos para ampliar a vida dos componentes e promover a reciclagem. Especialistas começam a perguntar se haverá um limite para a internet, em razão dessa sobrecarga. Seus efeitos desastrosos já se fazem sentir, em todo o mundo.
(Washington Novaes. O Estado de S. Paulo, A2, 15 de fevereiro
de 2008, com adaptações)