Texto para responder às questões de 08 a 10.
Ao se casar, a cientista ambiental Annie Leonard recusou‐se a buscar em uma joalheria da moda o seu anel de ouro, novo em folha, como costuma acontecer à maioria dos noivos nesse momento, repleto de simbolismos. Preferiu garimpar em um antiquário uma peça usada, que lhe ornasse o dedo anular. O episódio é descrito em seu extraordinário livro A História das Coisas (Editora Zahar), em que a autora faz uma análise sobre a origem das coisas que consumimos no dia a dia. Ela relaciona essa origem aos processos produtivos, nem sempre limpos, como ocorre com o algodão de nossas prosaicas camisetas básicas, ou mesmo o ouro, cuja extração ao redor do mundo ainda deixa um rastro obscuro de devastação ambiental, social, humana.
Ao optar por não estimular o consumo do metal, nossa protagonista rompeu com a cadeia produtiva nefanda na qual o ouro costuma estar metido. Embora haja iniciativas ao redor do mundo que tentam limpar a pegada do metal precioso, fato é que para a América Latina o tema carece de emergencial revisão.
Entre 2001 e 2013, cerca de 1.680 km2 de floresta tropical, algo como a cidade de São Paulo, foi perdido para a atividade ilegal na região, conforme recente estudo feito pela Universidade de Porto Rico, liderado pela pesquisadora Nora Álvarez‐Berríos e publicado na revista Environmental Research Letters.
(Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas‐e‐blogs/blog‐do‐planeta/notícia/2015/02/bmineracao‐na‐amazoniab‐e‐o‐falso‐brilho‐da‐festa.html. Acesso em: 06/02/2015. Fragmento Adaptado.)