Rosa chegou ao psicólogo por indicação do psiquiatra, que a diagnosticou como portadora de depressão severa. Com choros incontidos, ela relata não conseguir dormir nem com os remédios, nem comer, muito cansaço físico, muitas dores de cabeça, e dores de estômago, com ideações suicidas. Rosa associa todos esses sintomas às dificuldades que vem vivendo em seu trabalho, onde é gerente de operações, devido às humilhações a que seu chefe a submete, desautorizando suas ordens e decisões, gritando com ela na presença de colegas e subordinados. Rosa diz tentar entender e melhorar suas ações no trabalho, mas sente que a cada sugestão sua corresponde uma oposição do chefe, sempre a desqualificando. Relata não ter mais vontade de trabalhar, porém necessita do salário para manter sua família e sua faculdade. Diz achar tudo muito injusto, pois sempre se dedicou inteiramente ao trabalho. Sem interrupção, estava na empresa de domingo a domingo, fazendo com o maior entusiasmo suas funções e também as de outros, quando faltavam ou por outras necessidades. Tinha muito orgulho de seu trabalho, muita vontade de produzir, de ser eficiente, e grande admiração por seu chefe, considerando-o uma pessoa de muita garra. Era sempre falante, ativa, expressava-se muito, defendia seus colegas. Para Rosa, seu chefe tentava se livrar dela, mas talvez não quisesse lhe pagar seus direitos, forçando-a a se demitir. Rosa diz se sentir fraca, não conseguindo se defender, querendo apenas se isolar. Se realmente pudesse, não voltaria mais ao trabalho, de tão envergonhada em relação aos colegas.
Julgue os próximos itens, considerando o caso hipotético acima sob a ótica da questão específica do assédio moral como sofrimento no trabalho.
É preciso distinguir assédio moral das outras formas de sofrimento no trabalho, como o estresse e a pressão no trabalho. É possível que o chefe de Rosa a estivesse pressionando com o objetivo de fazê-la trabalhar mais, obter melhores resultados, o que não é, em si, assédio moral.