As contribuições de linha experimental e renovadora foram o timbre dos anos 60 e, sobretudo, dos anos 70 do século XX, refletindo, de maneira crispada, na técnica e na concepção de narrativa, esses anos de vanguarda estética e de amargura política.
Desse período resultaram textos indefiníveis: romances que mais parecem reportagens; contos que não se distinguem de poemas ou crônicas, semeados de sinais e fotomontagens; autobiografias com tonalidade e técnica de romance; narrativas que são cenas de teatro; textos feitos com a justaposição de recortes, documentos, lembranças, reflexões de toda a sorte. A ficção recebeu na carne mais sensível o impacto do boom jornalístico moderno, do espantoso incremento de revistas e pequenos semanários, da propaganda, da televisão e das vanguardas poéticas que vigem desde o fim da década de 50 do século XX, em especial, o concretismo, storm-center que abalou os hábitos mentais, até mesmo porque se apoiou em reflexão teórica exigente.
Antonio Candido. A nova narrativa. In: A educação pela noite
e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1987, p. 209 (com adaptações).
Considerando o fragmento de texto acima e aspectos a ele relacionados, julgue os seguintes itens.
Ao descrever a nova literatura brasileira surgida após 1950, Antonio Candido enumera uma série de características que também são comuns à ficção desenvolvida na segunda geração modernista