Uma mulher, branca, de quarenta e um anos de idade, procurou o serviço de urgência, queixando-se de astenia, cansaço — desencadeado por esforços mínimos —, cefaleias — com agravamento progressivo —, além de icterícia e colúria, que evoluíram havia três dias. A paciente relatou que, havia dois anos, vinha utilizando fluoxetina e clonazepam para tratamento de quadro depressivo. Referiu, ainda, ser ex-fumante, não possuir hábitos alcoólicos e não consumir drogas ilícitas. Por fim, ao ser indagada sobre doenças na família, a paciente informou que sua sobrinha apresentava histórico de anemia não esclarecido. Ao exame físico, apresentou-se consciente, eupneica, hemodinamicamente estável, com icterícia na pele e escleróticas, abdome flácido, depressível, indolor à palpação e sem hepatoesplenomegalia. Os exames laboratoriais revelaram hemoglobina = 7,2 g/dL; bilirrubina = 14,7 mg/dL (bilirrubina direta de 0,88 mg/dL) e LDH = 341 UI/dL. Os demais exames complementares mostraram parâmetros bioquímicos de avaliação da função hepática e renal sem alterações, bem como indicaram tempo de coagulação normal. A ecografia abdominal revelou fígado e baço com estrutura e dimensões dentro dos parâmetros da normalidade, sem dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas.
Considerando esse caso clínico, julgue os itens a seguir.
No caso em consideração, é possível que a paciente tenha deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase, doença que, geralmente, é assintomática e cujos primeiros sintomas ocorrem na infância, mas que, em alguns casos, podem ocorrer somente na idade adulta.