Filtrar


Questões por página:
O BALLET DA ORTOGRAFIA
Às vezes quero dizer que saí e mandam botar acento no “i”, porque se tirar o acento, quem sai não sou eu, é o outro – e é aí que está a diferença. Falam-me em ditongos, em hiatos, em dissílabos e proparoxítonas – palavras que me trazem amargas recordações de uma infância cheia de zeros. Quando vou a uma festa, nunca sei se devo dançar com “ç” ou com “s”. Só depois dos primeiros passos é que percebo que quem dansa com “s” não sabe dançar. E quem não sabe dançar fica cansado, com “s”, pois só o analfabeto se cansa com “ç”. Buzina é com “z”, mas quem pode me garantir que se eu businar com “s” ninguém vai ouvir? Caçar é com ç, mas também tem cassar, com “ss” – mas isso se explica: caça-se um bicho e cassa-se um documento. Só não se pode cassar o documento de um sujeito que esteja cassando sem documento. Que a língua portuguesa tem seus truques, lá isso tem: o próprio truque, com “que”, é uma adaptação do “truc” francês, provando que o truque brasileiro tem um certo “q”. Mas isso não impede que o balé brasileiro seja dançado em francês, pois a palavra “ballet” impressiona mais, tanto que a usei no título. Mas vamos deixar isso pra lá, que é falando que a gente se entende e não escrevendo.
(Autor: Leon Eliachar)
Sobre a estrutura textual, julgue as assertivas com: V(Verdadeiro) ou F(Falso). Em seguida, marque a série correta.
I –
O texto foca a diferenças entre grafemas e fonemas. II – Os termos: “saí / sai” diferenciam-se pelo uso do acento gráfico (que forma hiato e dissílabo) em relação ao monossílabo com (ditongo decrescente), ambos pertencem à mesma classe gramatical. III – Para o enunciador da mensagem / autor do texto, em vários segmentos frasais, há perfeita identificação gráfica entre as palavras estrangeiras em relação às da nossa língua pátria. IV – Entre os exemplos citados no texto, o autor enuncia que “dançar e dansar”; “ballet e balé” mantêm identidade gráfico-fônica.
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas.)
Considerando a estética literária em que se enquadra o autor de “Vidas Secas”, assinale a afirmativa correta.
Leia o fragmento do poema de Carlos Drummond de Andrade:
O bonde passa cheio de pernas Pernas brancas pretas amarelas Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração Porém meus olhos Não perguntam nada
Na linguagem literária é frequente o emprego das figuras de linguagem. Nos dois primeiros versos do trecho destacado anteriormente, podemos observar que o poeta modernista emprega com maestria a figura que:
Em uma situação hipotética, ao corrigir um texto produzido por um estudante do 2º ano do Ensino Médio, o professor de Língua Portuguesa observa a seguinte citação: “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor” (Paulo Freire), iniciando o referido texto. Em razão do exposto anteriormente, adequadamente e observando as competências e habilidades esperadas do estudante, o professor registrou em suas observações:
De acordo os aspectos metodológicos do ensino de Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que pode ser observada INADEQUAÇÃO.