Márcio,30 anos, solteiro, brasileiro, residente em São Paulo, há 5 meses vem apresentando queixas de medo intenso de perder o controle, de atacar estranhos ou de matar-se. Os familiares referem que o paciente tinha agredido sua mãe repentinamente, espancando-a violentamente até que seu irmão mais velho o controlara, e que, nos meses seguintes, tivera inúmeros acessos de agressividade, que ameaçara diversas vezes matar-se e que às vezes tinham a impressão de que Márcio estava escutando vozes que somente ele podia ouvir. Referem também que o paciente, três meses antes do ataque a sua mãe, mudou de comportamento, passou a ficar diferente, apresentando afeto anormal, queixas somáticas como cefaléia, lombalgias, alterações digestivas e dores musculares. Márcio apresentou-se à consulta adequadamente vestido, como um jovem de boa aparência. No exame mental, ele estava tenso, falava rápido e excitadamente, tendendo a abanar as mãos sem uma razão aparente. Encontrava-se orientado globalmente, consciência estável, lembrando perfeitamente fatos recentes e do passado remoto, com ausência de sintomas depressivos ou de exaltação do humor. Sua fala era frequentemente interrompida por interpolações e de tempos em tempos se tornava incoerente e incompreensível. Ele sorria superficial e inadequadamente. Seu afeto parecia constrito, com súbito acesso de raiva quando falava sobre sua mãe, dizendo que ela queria vê-lo morto. Expressava medo de que sua mente fosse tomada por uma força alienígena. Ele explicava que seus pensamentos estavam sendo controlados por esta força, que lhe davam instruções de ferir outras pessoas, que a força alienígena aparentemente discutia a própria situação de Márcio, Ele dizia que a força lhe contara que sua mãe desejava vê-lo morto e tinha lhe dado instruções para matá-la. Não há histórico atual ou passado de uso abusivo ou de dependência de medicamentos ou de drogas psicoativas. Os exames físicos geral e neurológico não apresentaram anormalidades. Tomografia do crânio, ECG, EEG e exame de laboratório normais. Marque a alternativa que contém o diagnóstico do paciente, segundo a classificação internacional de doenças 10ª edição (CID-10).

De acordo com a literatura mundial, muitos pacientes com transtorno de humor depressivo apresentam alterações no eletroencefalograma do sono. Marque a alternativa correta em relação à alteração apresentada nesse exame.

Marque a alternativa que contém a frase correta sobre a ação do medicamento dissulfiram, ação esta que é utilizada para o tratamento de transtornos relacionados ao álcool etílico.

Marta,29 anos, solteira, contadora, refere que há mais ou menos 45 dias vem apresentando dificuldades de concentração, queda de rendimento no trabalho, inquietação, crise esporádica de choro, alterações do sono, ora custando a dormir, ora acordando várias vezes durante a noite. Refere também ocorrência de sonhos ruins, e que desperta pela manhã sentindo-se cansada, desanimada e mal humorada. Relata que há cerca de 5 meses sofreu um assalto, com abuso sexual (estupro), com grande sofrimento, e que aparentemente havia superado a situação razoavelmente bem; porém, nesses últimos dias, tem ocorrido durante o dia ou quando está dormindo, além dos sintomas acima citados, o aparecimento de lembranças do assalto, o que lhe tem deixado angustiada e triste. Nega ter tido qualquer problema emocional no passado, ou ter tomado remédios ou ter realizado tratamento psiquiátrico anteriormente; nega uso de substâncias psicoativas e de medicamentos controlados. Os exames laboratoriais, físico e neurológico não apresentaram anormalidades. Marque a alternativa que apresenta o diagnóstico correto da paciente, segundo a classificação internacional de doenças 10ª edição (CID-10).

Janaína,35 anos de idade, mineira, casada, grau de instrução superior, funcionária pública federal. Refere que há 4 meses vem apresentando crises de choro, desânimo, falta de interesse, sensação de perda de energia, insônia, acha que nada mais vale a pena, que não irá ficar boa, às vezes pensa em acabar com tudo, não sente vontade de ter relações sexuais; nos últimos dias não tem trabalhado, tendo várias faltas no trabalho; tem ficado em casa deitada e pouco se alimenta. Janaína já apresentou 5 crises semelhantes a esta no passado, as quais só melhoraram com o tratamento instituído. Refere também ter apresentado há cerca de 8 anos um período de alteração do humor, em que ficava exaltada, alegre, animada, com vontade de fazer compras e com dificuldade de controlar seus gastos, alternando com outros momentos em que ficava irritada, com crise de agressividade e perda de controle. Relata que este período durou cerca de 2 meses, só melhorando após o tratamento instituído, que não lembra qual foi. Janaína, quando fora de crise, normalmente é uma pessoa disposta, produtiva no trabalho e convive satisfatoriamente com as pessoas. Ao exame psíquico, apresenta-se orientada, lúcida, pouco cuidada em sua aparência, atenção levemente dispersa, humor deprimido, pensamento lento, com conteúdos negativos e ausência de conteúdo delirante. Não apresenta alteração da sensopercepção, de inteligência de memória, de juízo ou da crítica. O exame físico geral, neurológico e laboratorial não apresentou anormalidades. Janaína nega uso atual ou no passado de substâncias lícitas ou ilícitas. Marque a alternativa que contém o diagnóstico que a paciente apresenta, segundo a classificação internacional de doenças 10ª edição (CID-10).