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[...]

Fico na frente da televisão para aumentar o meu ódio. Quando minha cólera está diminuindo e eu perco a vontade de cobrar o que me devem eu sento na frente da televisão e em pouco meu ódio volta. Quero muito pegar um camarada que faz o anúncio de uísque. Ele está vestidinho, bonitinho, todo sanforizado, abraçado com uma loura reluzente, e joga pedrinhas de gelo num copo e sorri com todos os dentes, os dentes dele são certinhos e são verdadeiros [...]. Agora está ali, sorrindo, e logo beija a loura na boca. Não perde por esperar. [...]

FONSECA, Rubem. In: 64 contos. São Paulo: Cia. das Letras,2004. p.275.


No fragmento textual, encontra-se subentendida uma crítica velada aos meios de comunicação de massa. Qual é essa crítica?

[...]

Operário não pode sonhar, Quinzinho, não pode. A vida não é para sonhos. Tudo realidades vivas, cruéis. A luta com a vida. [...]

A tua mãe já não chora, Quinzinho, não chora porque é forte. Já viu morrer outros filhos. Nenhum morreu como tu. Despedaçado pela máquina que te escravizava e que tu amavas.

Eu também aqui no meio dos teus amigos. Mas não vou triste. Não. Porque uma morte como a tua constrói liberdades futuras. E haverá a quem as máquinas não despedaçarão, pois as máquinas serão escravas deles, que as hão de idealizar, construir.

[...]

VIEIRA, Luandino. Quinzinho. In: A cidade e a infância. São Paulo: Companhia das Letras,2007. p.87.


De acordo com as ideias retratadas no texto, dadas as afirmativas,

I. As observações do narrador revelam o olhar crítico para uma realidade que explora o trabalhador.

II. Mesmo diante da morte, o narrador afirma a crença em um futuro potencialmente melhor.

III. O narrador acredita que haverá um momento em que essa relação será invertida e os seres humanos conseguirão libertar-se da posição servil em que se encontram.


verifica-se que está(ão) correta(s)

Azulejo Do ESPANHOL AZULEJO, que veio do árabe az zulaiju (o artigo al teve o “l” assimilado ao “z”). Zulaiju é o diminutivo de zuluj, pedras lisas. Antigamente, na Península Ibérica, os azulejos mais comuns eram de fato azuis, mas a cor não tem nada a ver com o nome azulejo. Se tivesse, existiriam “branquejos”, “amarelejos”, “verdejos” etc.

PIMENTA, R. A casa da Mãe Joana.2. ed. Rio de Janeiro: Campus,2002.


Segundo a norma gramatical, a concordância evita a repetição do sujeito. No texto, a forma verbal tivesse concorda com o seu sujeito, presente no período anterior. Qual é esse sujeito?

A beleza é uma obsessão contemporânea. A física. Fala-se muito de interior, mas esta é rara, como sempre foi. Quem fala muito em beleza interior é porque é feio.

PONDÉ, L. F. A era do ressentimento. São Paulo: Leya,2014, p.69.


Em geral, a afirmação do filósofo Luiz Felipe Pondé define a seguinte tese:

Assinale a alternativa em que o pronome demonstrativo está empregado corretamente.