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A família é produto de um verdadeiro trabalho de instituição, ritual e técnico ao mesmo tempo que visa instituir de maneira duradoura, em cada um dos membros da unidade instituída, sentimentos adequados a assegurar a integração que é a condição de existência e de persistência dessa unidade. Os ritos de instituição (palavra que vem de stare, ‘manter-se; ser estável’) visam constituir a família como entidade unida, integrada, unitária, logo, estável, constante, indiferente às flutuações dos sentimentos individuais. Esses atos inaugurais de criação (imposição do nome de família, casamento etc.) encontram seu prolongamento lógico nos inumeráveis atos de reafirmação e de reforço que visam produzir, por uma espécie de criação continuada, as afeições obrigatórias e as obrigações afetivas do sentimento familiar (amor conjugal, amor paterno e materno, amor filial, amor fraterno etc.).
(BOURDIEU, Pierre. O espírito de familia. In: Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus,1996. p.126. Adaptado.)

Ao longo do tempo e da história, o conceito de família sofreu algumas transformações significativas, mas ainda mantém algumas características comuns. O conceito de família assume sua complexidade por relacionar a natureza humana, com a cultura, através da organização de grupos sociais. Para Durkheim, a família:
Na passagem do idealismo para o materialismo dialético, Ludwig Feuerbach (1804-1872), hegeliano de esquerda, foi uma figura-chave. Feuerbach sustentava que a alienação fundamental tem suas raízes no fenômeno religioso, que cinde a natureza humana, fazendo com que os homens se submetam a forças divinas, as quais, embora criadas por eles próprios, são percebidas como autônomas e superiores. O mundo religioso é concebido por Feuerbach como uma projeção fantástica da mente humana, por isso mesmo alienada. A supressão desse mundo, por meio da crítica religiosa, faria desaparecer a própria alienação, promovendo a liberação da consciência. Embora inicialmente seduzidos pelas teses de Feuerbach, logo Marx e Engels rebateram-nas vigorosamente por considerarem tal crítica religiosa uma simples “luta contra frases”. É nesse ponto que a teoria marxista articula a dialética e o materialismo sob uma perspectiva histórica, negando, assim, tanto o idealismo hegeliano quanto o materialismo dos neo-hegelianos.
(QUINTANEIRO,2002.)
Segundo Marx, os economistas de seu tempo não reconhecem a historicidade dos fenômenos que se manifestam na sociedade capitalista; por isso, suas teorias são comparáveis às dos teólogos. Ele questiona uma série de teorias e cria, por sua vez, teorias que até hoje geram longas discussões. O materialismo histórico e dialético, por exemplo, é um importante viés da teoria marxista; que ele afirma que:
Peter L. Berger e Thomas Luckman (2006), em sua obra, “A Construção Social da Realidade”, defenderam o processo de socialização como algo existente desde os primórdios da evolução humana, sendo essencial para a construção das sociedades em diferentes âmbitos do mundo. A definição literal de socialização é entendida como coletividade, como ato ou efeito de socializar, enquanto na sociologia ela é vista como um processo pelo qual o indivíduo é biologicamente integrado numa sociedade. De acordo com os mesmos autores, um ser humano não se insere em uma sociedade de fato, caso esteja sozinho. A ideia de que ele se torne um homem estando isolado é utópica. A construção de uma sociedade provém da relação entre um grupo de indivíduos, ou seja, o processo de socialização se inicia quando uma comunidade interage entre si, criando hábitos, costumes e, por fim, regras a serem seguidas. Dessa forma, analisam a atividade humana como conduta no ambiente material e também na exteriorização de significados subjetivos, além de afirmarem que toda atividade humana está sujeita a hábitos.
(BERGER, P. L; LUCKAMANN,2006.)

Para a sociedade moderna entender o processo de socialização é importante para construir sociedades em vários contextos sociais. De acordo com as ideias do sociólogo francês Émily Durkheim:
É mais ou menos consensual no âmbito das ciências sociais que a palavra “positivismo” tenha em alguns momentos um significado negativo, assim como já possuiu um significado positivo. Acompanhar a mudança de valoração dessa palavra é historiar uma parte importante da história das ciências sociais no Brasil e no mundo ao longo do século XX e início do século XXI. Por outro lado, o conteúdo desse “positivismo” não é algo consensual nem muito menos preciso, variando desde a equivalência à reação política da burguesia (com Lênin) até à razão instrumental que desumaniza (com a Escola de Frankfurt). Ainda afirma-se que o positivismo jurídico, o comportamentalismo psicológico, o positivismo na História são variações, ou melhor, aplicações do positivismo original, vinculado à filosofia e à sociologia.
(TISKI, Sérgio.2007. A questão da moral em Augusto Comte. Londrina: UEL.)
Em quaisquer dessas hipóteses, a origem do “positivismo” é atribuída ao francês Augusto Comte (1798-1857), autor de várias publicações consideradas de muito valor. Dentre as suas ideias, encontra-se a afirmação de que:
A sociologia do século XIX marca incontestavelmente o momento da reflexão dos homens sobre eles mesmos, aquele em que o social como tal é posto em questão [...]. Ela também exprime uma intenção não radicalmente nova, mas original por seu radicalismo, a de um conhecimento propriamente científico, baseado no modelo das ciências da natureza, tendo em vista o mesmo objetivo: o conhecimento científico deveria dar aos homens o controle de sua sociedade e de sua história assim como a física e a química lhes possibilitaram o controle das forças naturais.
(ARON, Raymond. Apud CASTRO, Anna M. de; DIAS, Edmundo (Org.). Introdução ao pensamento sociológico. Rio de Janeiro: Eldorado,1974. p.24.)
A reflexão sobre as origens e a natureza da vida social é quase tão antiga quanto a própria humanidade, mas a sociologia, como um campo delimitado do saber científico, só chega em meados do século XIX na Europa. A emergência da sociologia como ciência está relacionada, dentre outros fatores: