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As personagens masculinas dos textos 5 e 6, o mancebo e o cientista, respectivamente, não consideram importante a beleza das mulheres com quem estão envolvidos; diferem, porém, quanto aos parâmetros que julgam relevantes. As diferenças de ponto de vista revelam:

Texto 4

POESIA


Gastei uma hora pensando um verso

que a pena não quer escrever.

No entanto ele está cá dentro

inquieto, vivo.

Ele está cá dentro

e não quer sair.

Mas a poesia deste momento

inunda minha vida inteira.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras,2013. p.45.)


Alguns procedimentos tornaram-se determinantes na produção moderna de poesia. Nesse sentido, entende-se que a modernidade do poema de Carlos Drummond de Andrade (texto 4) deve-se à valorização da:

Texto 3

O EXERCÍCIO DA CRÔNICA

Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.


(MORAES, Vinícius de. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Companhia das Letras,1991. p.17.)

A prática da crônica está intimamente associada à vida diária e comum. A relação do texto de Vinícius de Moraes (texto 3) com as marcas próprias do gênero está expressa na preocupação em:

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Na década de 1970, observou-se, no Brasil, uma ampla produção de poesia que ficou conhecida como marginal. No poema “América” (texto 2), a autodeclaração do eu poético como “antropofágico” faz referência ao Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade (texto 1), porém a perspectiva apresentada por Chacal diferencia-se por:
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O Manifesto Antropófago, publicado em 1928 e escrito por Oswald de Andrade, tornou-se uma das referências fundamentais do modernismo brasileiro. A leitura do fragmento do manifesto (texto 1) esclarece que a antropofagia constituiu uma proposta de: