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No texto intitulado Gestão: planejamento e administração, Rosângela N. de Carvalho Barbosa (2004) faz importantes reflexões tentando realizar uma conexão entre teoria e operatividade no campo temático da gestão.

Considerando os elementos trazidos pela autora ao abordar a gestão no contexto sócio-histórico da reestruturação capitalista, é correto afirmar:

1. Um dos efeitos mais perversos que o rumo das novas práticas de gestão passou a tomar diz respeito à paralela desqualificação do debate político sobre as políticas sociais e sua reconversão à medição técnica da realidade pelos especialistas.

2. No âmbito das práticas estatais de gestão, no contexto das reformas neoliberais, ganha expressão o debate a respeito do modus operandi das políticas sociais. E, neste sentido, o planejamento das ações e a administração dos recursos, como instrumentos de gestão, devem fortalecer o paradigma da universalização do acesso e contraditoriamente, promover a equivalência direito e consumo de serviço.

3. A espinha dorsal das reformas operadas no interior do Estado é a visão gerencial adotada pelos governos e que se sustenta na denominada gestão de resultados por meio da reorganização das carreiras e categorias funcionais no âmbito do Estado, da incorporação da gerência de resultados e da instituição das organizações sociais.

4. O pragmatismo tecnocrático se reveste de certo cinismo quanto mais avança a desideologização das narrativas e práticas sociais como se enfatiza na cultura da eficiência. O desenvolvimento técnico nas políticas sociais se realiza associadamente com a despolitização do debate sobre os direitos sociais, o que acentua o cinismo tecnocrático.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
No percurso histórico do Serviço Social, a supervisão foi ganhando contornos diferenciados, refletindo também as perspectivas teórico-metodológicas assimiladas pela profissão. Segundo Yolanda Guerra (2009), é certo que uma abordagem da supervisão concebida a partir das suas funções pedagógica, socioprofissional, ética e política, e analisada criticamente no contexto da crise contemporânea e de seus impactos no Estado, nos espaços sócio-ocupacionais, nas demandas e no exercício profissional, constitui-se, ainda, uma lacuna a ser preenchida pela produção teórico-bibliográfica crítica.

Situando sua análise sobre a supervisão em Serviço Social nesta perspectiva (crítica), a autora afirma que sua reflexão sobre o tema tem como pressupostos:

1. O domínio técnico-operativo; o entendimento das correlações de forças travadas nos espaços institucionais com vistas a atender às demandas do mercado de trabalho; a eficiência e a eficácia sob o ponto de vista institucional; o conhecimento empírico sobre as demandas e requisições que aparecem na realidade de intervenção.

2. A supervisão é a expressão da indissociabilidade entre trabalho e formação profissional; é expressão da unidade entre teoria e prática; não pode ser compreendida desvinculada dos seus componentes teórico, ético e político, da compreensão do significado social do Serviço Social na sociedade brasileira, dos valores que privilegia, de um projeto profissional que se conecta (ainda que por meio de muitas mediações) a projetos de sociedade.

3. A supervisão, qualquer que seja sua modalidade, não pode ser realizada independentemente do caráter e modelo de políticas sociais seja público ou privado e das formas particulares de enfrentamento da chamada “questão social" pelo Estado, bem como da sua relação com a dinâmica do mercado de trabalho; na supervisão se realiza a unidade entre ensino e aprendizagem.

4. O entendimento de que teoria e prática são coisas distintas, ainda que constituam uma unidade; a defesa intransigente de uma sociabilidade na qual a emancipação política é o principal objetivo; a necessidade da sistematização da prática, entendida como teorização e pressuposto para a realização da supervisão.

5. Compreensão da profissão como trabalho no sentido ontológico marxiano; a identidade entre supervisão e assessoria técnica; a incorporação de ações administrativas de controle e sua verificação segundo critérios burocrático-administrativos.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Levando em consideração o debate da categoria profissional sobre a importância da pesquisa para o Serviço Social, leia as afirmativas que seguem.

1. Um esforço intenso do conjunto da categoria profissional, através de seus órgãos representativos, fez com que o Serviço Social atingisse o patamar de ciência, tendo como objeto próprio a questão social. O alcance desse patamar permitiu que o Serviço Social fosse integrado a grande área das Ciências Sociais Aplicadas junto às agências de fomento como o CNPq, Capes e outras. De acordo com Netto (2009), até os anos finais da década de 1960 o Serviço Social desconhecia a pesquisa como parte constitutiva do perfil profissional.

2. Para Yolanda Guerra (2009), a pesquisa assume um papel decisivo na conquista de um estatuto acadêmico que possibilita aliar formação com capacitação, condições indispensáveis tanto para uma intervenção profissional qualificada, quanto para a ampliação do patrimônio intelectual e bibliográfico do Serviço Social, que vem sendo produzido, especialmente, mas não exclusivamente, no âmbito da pós-graduação stricto senso.

3. Considerando que no cotidiano profissional o assistente social se depara com um conjunto de demandas que o fazem necessariamente agir de maneira imediata, não tem ele condições de desenvolver qualquer proposta de pesquisa que possa subsidiar a análise dessas demandas e reorientar suas práticas.

4. Ao abordar a questão da pesquisa em Serviço Social, Netto (2009) adverte que é impossível imaginar o desenvolvimento profissional sem que, no interior da categoria, exista um segmento dedicado expressamente à pesquisa – e tudo indica que tal segmento encontra seu espaço específico na universidade.

5. Na opinião de Netto (2009), nem todo assistente social tem que se dedicar sistematicamente à pesquisa. Por isso, “é preciso encontrar meios, canais e modos de coletivizar, com o conjunto da categoria, os avanços teóricos e técnico-operativos alcançados pelos pesquisadores.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Ao abordar a questão do objeto do planejamento, Myrian V. Baptista (2000) considera que:

1. O objeto do planejamento da intervenção profissional é o segmento da realidade que lhe é posto como desafio, é o aspecto determinado de uma realidade total sobre o qual irá formular um conjunto de reflexões e de proposições para a intervenção.

2. À medida que a realidade social é dinâmica e, também, que o processo para apreendê-la se faz por sucessivas aproximações, não existe um momento no qual se possa dizer que se tenha perfeitamente delineado o objeto da intervenção: ele vai se construindo e reconstruindo permanentemente no decorrer de toda a ação planejada, em função de suas relações com o contexto que o produziu, sendo modificado e modificando-o permanentemente.

3. Na prática, a (re) construção do objeto da ação profissional é um processo que envolve operacionalização das demandas institucionais, das pressões dos usuários e das decisões profissionais. Uma vez que a intervenção e o planejamento da ação profissional se realizam primordialmente nas instituições, é a demanda institucional o ponto de partida e o ponto de referência para a construção e para o planejamento da intervenção.

4. O ponto de referência deve sempre ser as demandas da população; caso contrário o profissional estará fadado a reproduzir as relações de poder vigentes, se afastando do projeto ético-político defendido pela categoria. É preciso assumir essas demandas da população, entendendo-as como reveladoras de suas necessidades sociais mais essenciais.

5. O processo reconstrutivo do objeto se assenta sobre a percepção de que as questões tratadas na prática se colocam em níveis diferentes e de intervenção – do campo das microinterações ao das relações mais amplas – e que a ampliação desse âmbito interventivo não significa o abandono ou desqualificação da questão colocada pela instituição, mas a sua superação.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Myrian V. Baptista (2000) afirma que, no processo de planejamento, o estudo de situação consiste na caracterização (descrição interpretativa), na compreensão e na explicação de uma determinada situação tomada como problema para o planejamento e na determinação da natureza e da magnitude de suas limitações e possibilidades.

Neste sentido, pautando-se por Mattelart (1968) e sua equipe, mas ampliando o âmbito de exigência, a autora defende que podem ser considerados como objetivos do estudo de situação:

1. A configuração do marco de situações ou de antecedentes, acompanhada de análise compreensiva e explicativa de suas determinações.

2. A identificação sistemática e contínua de áreas críticas e de necessidades, a que se pode acrescentar, ainda, de oportunidades e de ameaças.

3. A determinação de elementos que permitam justificar a ação sobre o objeto; o estabelecimento de prioridades.

4. A análise dos instrumentos e das técnicas que podem ser operados na ação; a indicação de alternativas de intervenção.

5. A prevalência de conhecimentos específicos próprios das áreas do saber envolvidas nas etapas iniciais e interdisciplinares nas fases finais. Isso garante a autonomia dos profissionais em face das interpretações sobre a realidade de intervenção.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.