Filtrar


Questões por página:
Os 30 anos da queda do Muro de Berlim Luiz Felipe de Alencastro 11/11/2019 10h50
A queda do Muro de Berlim em 1989, na sequência da abertura política iniciada em Moscou por Gorbachev, foi o terremoto inicial dos tremores tectônicos que fizeram desabar a Cortina de Ferro e a União Soviética. Muito justamente, o evento é festejado em todas as democracias agora, no seu trigésimo aniversário. Há poucos dirigentes ou negociadores diplomáticos da época ainda vivos e dispostos a testemunhar. [...] Fonte:https://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/luiz-felipe-alencastro /2019/11/11/os-50-anos-da-queda-do-muro-de-berlim.htm, acesso em 20/11/19.
A queda do muro de Berlim é o marco
TESE VIII

A tradição dos oprimidos ensina-nos que o “estado de exceção” em que vivemos é a regra. Temos de chegar a um conceito de história que corresponda a essa ideia. Só então se perfilará diante dos nossos olhos, como nossa tarefa, a necessidade de provocar o verdadeiro estado de exceção; e assim a nossa posição na luta contra o fascismo melhorará. A hipótese de ele se afirmar reside em grande parte no fato de seus opositores o verem com uma norma histórica, em nome do progresso. O espanto por as coisas a que assistimos “ainda” poderem ser assim no século vinte não é espanto filosófico. Ele não está no início de um processo de conhecimento, a não ser o de que a ideia de história de onde provém não é sustentável. (BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Belo Horizonte: Autentica Editora,2016, p.13.)
Segundo Michael Lowy (2005), estamos acostumados a classificar as diferentes teorias da história conforme seu caráter progressista e conservador, revolucionário ou nostálgico em relação ao passado. Esse tipo de etiqueta não se aplicaria ao pensamento de Walter Benjamim, para o qual
Imagem associada para resolução da questão
Fonte: https://raquelcardeiravarela.files.wordpress.com/2014/09/mafalda-charge-1.jpg. Acesso em 10/12/19.
A tirinha da Mafalda alude a um contexto histórico conturbado da política internacional, o qual expressa
Década de sessenta. Auge da Guerra Fria. Tempo de viva disputa entre as grandes potências, Estados Unidos e União Soviética. O planeta dividido em dois blocos geopolíticos, espelhados pelos três mundos da Guerra Fria. O Primeiro mundo do capitalismo ocidental, o Segundo Mundo dos países socialistas e o Terceiro Mundo da América Latina, Ásia e África. Capitalismo versus socialismo. O mundo todo é palco da competição. Amplo cenário, ameaçado por temerária corrida armamentista. A situação só vai mudar após a queda do Muro de Berlim, em 1989, marco simbólico do fim do socialismo real. (COUTO, Ronaldo Costa. História indiscreta da ditadura e da abertura: Brasil – 1964-1985. Rio de Janeiro; Record,2003, p.23).
Tony Judt, ao comentar o legado da Segunda Guerra em sua obra “Pós-guerra: uma história da Europa desde 1945” (2008), pondera que, na sequência desse evento, a perspectiva da Europa era de miséria e de desolamento total. Tudo e todos parecem exauridos. Fizeram parte desse cenário político e social caótico
Um traço peculiar do regime imposto em 1964 gerou efeitos também peculiares para a vida privada de seus opositores. A “Revolução de Março” foi essencialmente uma ordem autoritária pouco institucionalizada. Suas regras eram cambiantes, e móveis as divisas entre o proibido e o permitido. Manteve, distorcidas, instituições e liturgias próprias do sistema democrático: eleições (semicompetitivas), partidos políticos (cerceados), espaço (estreito) para o Congresso, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais. Por isso, ao tratar do Brasil, o cientista político espanhol Juan Linz preferiu escrever situação autoritária, em vez de regime autoritário. (ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de e WEIS, Luis. Carro Zero e Pau-de-Arara: o cotidiano da oposição de classe média ao regime militar. IN: Scharcz, Lilia Moritz. História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras,1998, p.327).
A situação acima descrita, sobre a natureza do regime militar instaurado no Brasil entre 1964-1985, permite concluir que