No final de 2011, a ANATEL submeteu a consulta pública proposta de norma para condições de operação de satélites geoestacionários em banda Ka com cobertura sobre o território brasileiro. A norma tem por objetivo estabelecer critérios e parâmetros técnicos de forma a disciplinar a operação, sobre o território brasileiro, de satélites geoestacionários espaçados de 2 graus, nas faixas de frequências de 17,7 GHz a 20,2 GHz, para enlaces de descida, e de 27 GHz a 30 GHz, para enlaces de subida.
No referido projeto de norma, a ANATEL propõe que estações espaciais e terrenas devam utilizar antenas com polarização circular. Propõe, também, controle de emissões fora do eixo de radiação principal da antena, ao definir requisitos para o diagrama de radiação das antenas de transmissão. Além disso, prevê a utilização de controle automático de potência nos enlaces de subida.
A exploração de satélites na banda Ka tem atraído o interesse de operadoras nacionais e estrangeiras, em função da crescente demanda por largura de banda nas aplicações por satélite e dos avanços tecnológicos que encorajaram investimentos em projetos de redes de satélites em faixas de frequências mais altas.
Internet: www.anatel.gov.br (com adaptações).
Considere que se deseje implementar sistema que ofereça aplicações de transmissão de dados em banda larga por meio de rede de satélites geoestacionários transparentes, para cobrir o território nacional. Espera-se, para essas aplicações, disponibilidade elevada para o sistema, incluindo-se os equipamentos terrestres e satelitais e os enlaces de subida e de descida. Para isso, o sistema deverá apresentar, nos enlaces de subida, em situações de céu claro, potência quiescente do sinal transmitido igual à potência necessária, nessas situações, à obtenção de requisitos de qualidade e à da taxa transmissão de dados, sem acréscimo de margem de desvanecimento por chuva. A norma que a ANATEL planeja regulamentar, apresentada em parte no texto acima, deve ser considerada, pois o sistema deverá operar em banda Ka.
Com relação ao sistema proposto e às informações apresentadas, julgue os itens de 98 a 100.
O controle automático de potência nos enlaces de subida, cuja permissão está sendo prevista pela ANATEL para sistemas que operam em banda Ka na órbita geoestacionária, é uma medida que pode facilitar a obtenção da disponibilidade elevada desejada para o sistema. Nesse sentido, considerando-se apenas o desvanecimento decorrente da atenuação por chuva e tomando-se por base a figura a seguir — que ilustra gráficos da porcentagem do tempo em que a atenuação por chuva é excedida para transmissão via satélite geoestacionário, em diversas bandas de frequência, quando são verificadas taxas de precipitação de chuva semelhantes às encontradas no território nacional —, é correto afirmar que, com o uso do referido controle automático de potência, é possível, por exemplo, que em cada enlace de subida seja garantida disponibilidade de 99% para o sistema proposto, caso esse controle seja capaz de proporcionar ganho de até 40 dB à potência quiescente do sinal transmitido pelas estações terrenas.