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TESE VIII

A tradição dos oprimidos ensina-nos que o “estado de exceção” em que vivemos é a regra. Temos de chegar a um conceito de história que corresponda a essa ideia. Só então se perfilará diante dos nossos olhos, como nossa tarefa, a necessidade de provocar o verdadeiro estado de exceção; e assim a nossa posição na luta contra o fascismo melhorará. A hipótese de ele se afirmar reside em grande parte no fato de seus opositores o verem com uma norma histórica, em nome do progresso. O espanto por as coisas a que assistimos “ainda” poderem ser assim no século vinte não é espanto filosófico. Ele não está no início de um processo de conhecimento, a não ser o de que a ideia de história de onde provém não é sustentável. (BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Belo Horizonte: Autentica Editora,2016, p.13.)
Segundo Michael Lowy (2005), estamos acostumados a classificar as diferentes teorias da história conforme seu caráter progressista e conservador, revolucionário ou nostálgico em relação ao passado. Esse tipo de etiqueta não se aplicaria ao pensamento de Walter Benjamim, para o qual
Povoamento – [...]. Quando da transferência da capital piauiense para Teresina,1852, se tinha conhecimento da existência de um porto, onde as pessoas pernoitavam, o qual veio denominar-se Porto das Cajazeiras, as margens do Parnaíba, em frente à capital do Piauí, onde se formava pequena povoação que, posteriormente, provando mais uma vez o costume de nossa gente, chamava-se São José de Parnaíba para alguns, identificando a povoação com a maior expressão geográfica existente na região que é o Velho Monge; para outros, a maioria, São José das Cajazeiras, isto porque predominavam, orlando o rio, inúmeras mangueiras e cajazeiras com predomínio destas que já haviam batizado o porto e que agora batizavam também a povoação. [...]. (SOUSA, Raimunda de Carvalho. Timon sua história, sua gente. Teresina: Editora Halley,2005. p.20). O texto compreende aspectos históricos sobre o povoamento e formação do atual município de Timon (MA). Sobre a constituição desse município é procedente afirmar que
Imagem associada para resolução da questão
FONTE:https://www.google.com/search. Acesso em 10/12/2019
A violência contra a mulher é reconhecida em muitos países como um problema social e tem sido alvo de políticas públicas, legislações e ações de organizações não governamentais, com o objetivo de coibi-la e proteger suas vítimas. Tratados e convenções internacionais, formulados a partir de meados de 1970, têm procurado sensibilizar um número cada vez maior de governos e sociedades, visando ampliar adesão a essa causa. (LAGE, Lana e NADER, Maria Beatriz. Violência contra a mulher: da legitimação à condenação social. In:PINSKY, Carla Bassanezi e PEDRO, Joana Maria (Orgs.) Nova História das mulheres no Brasil,2012. p.286).
As imagens acima se referem ao famoso caso do assassinato da socialite brasileira Ângela Diniz, por seu amante, o empresário Raul Fernando Amaral Street, o “Doca Street”, como era conhecido. O fato muito divulgado pela imprensa nacional do período é uma evidência de que, na história do Brasil, a violência em relação à mulher esteve sempre presente, independente do grupo social que ela integre, tendo sido
O cenário político brasileiro é perpassado por expressões como “lulismo”, “carlismo”, “malufismo”, “sarneyismo”, “brizolismo”, “getulismo”, “janismo” etc.Esses “ismos” possuem uma função muito mais avaliativa do que denotativa (COLLOVALD,1991), isto é, julgamentos pejorativos e leituras consagradoras mesclam-se em um universo de personificação do capital político como forma de capital simbólico. (BOURDIEU,1989). Tais termos fixam igualmente uma idéia (sic) de unidade e de continuidade, a partir da associação reivindicada ou denunciada entre agentes atuantes no espaço político. (GRILL,2012, p.193).
Dois indivíduos tiveram seus “nomes” e suas “lideranças” como bases da constituição de “etiquetas políticas” que dominaram a cena eleitoral maranhense ao longo do período 1945- 2010, sucedendo-se nas posições de poder político no estado: Victorino Freire e José Sarney. Em torno de ambos constituíram-se redes de seguidores e, em oposição aos mesmos e às facções que dirigiram, consolidaram-se facções rivais (“frentes oposicionistas” articuladas em nome do objetivo comum de derrotar o “grupo” dominante). (GRILL,2012, p.197).
O autor dos textos acima destaca que os “ismos”, quando se referem ao universo da política, relacionam-se diretamente às condições de elegibilidade, apresentando-se como “instrumentos de localização de agentes em “linhagens” e agentes de associação com patrimônios coletivos”. Fez (fizeram) parte das dinâmicas de estruturação do “vitorinismo” e do “sarneysmo”.
O pensamento moderno ocidental é um pensamento abissal. Consiste num sistema de distinções visíveis e invisíveis, sendo que as invisíveis fundamentam as visíveis. As distinções invisíveis são estabelecidas através de linhas radicais que dividem a realidade social em dois universos distintos: o universo ‘deste lado da linha’ e o universo ‘do outro lado da linha’. A divisão é tal, que o ‘outro lado da linha’ desaparece enquanto realidade; torna-se inexistente, e é mesmo produzido como inexistente. Inexistência significa não existir sob qualquer forma de ser relevante ou compreensível. Tudo aquilo que é produzido como inexistente é excluído de forma radical porque permanece exterior ao universo que a própria concepção aceita de inclusão considera como sendo o Outro. (DOS SANTOS, Boaventura e MENESES, Maria Paula. Epistemologia do Sul. São Paulo: Cortez,2010, p.31-32).
Para Boaventura dos Santos e Maria Paula Meneses, a existência das linhas abissais por todo o período moderno não significa que elas tenham permanecido fixas. Nos dias atuais, as linhas globais que dividem os dois lados podem ser observadas