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Embora os historiadores estejam naturalmente cientes de que os índices de mudança variam nas diferentes camadas ou setores da sociedade, o hábito e a conveniência mandam, em geral, que a forma de uma obra implique ou obedeça a um monismo cronológico. Vale dizer, seus materiais são tratados como se compartilhassem um ponto de partida comum e um mesmo ponto de chegada, abarcados por um único espaço de tempo. Neste estudo, não há tal meio temporal, uniforme: pois os tempos dos absolutismos mais importantes da Europa – oriental e ocidental – foram, precisamente, caracterizados por uma enorme diversidade, constitutiva ela mesma de sua natureza respectiva, enquanto sistemas estatais.
(Perry Anderson. Linhagens do Estado absolutista)
Como argumento para a tese apresentada, Perry Anderson mostra que
Poucos historiadores hoje vivos são tão originais e poucos escrevem tão bem quanto ele e ainda menos compartilham de sua notável amplitude de interesses. Seu primeiro livro, Os andarilhos do bem: feitiçaria e cultos agrários nos séculos XVI e XVII (1966), publicado quando tinha 27 anos de idade, já foi um trabalho extremamente polêmico e inovador. Foi, no entanto, O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição (1976), o estudo da cosmologia de um moleiro do século XVI (também interrogado pela inquisição sob a acusação de heresia), que tornou esse historiador internacionalmente famoso.
Foi a partir dessa obra que, a despeito de seu horror por etiquetas, ele ficou conhecido como um dos líderes da chamada “micro-história”.

(Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke. As muitas faces da história. Nove entrevistas. Adaptado)

O excerto faz referência ao historiador

Mapas e cartas são um poderoso instrumento de observação, uma fonte documental, cuja análise requer mais que o mero exercício de descrição de um quadro geográfico congelado no espaço físico. Essa moldura do mundo ou de partes dele é também a construção da imagem do espaço humano habitado, da moradia de homens e mulheres que estão sempre a erguer e reerguer uma imensa rede de relações historicamente objetivadas. Nessa medida, pode-se dizer que a cartografia, seja ela de que período histórico for, remete-nos, quase que instantaneamente, a questões ligadas a modelos de organização do espaço social saídos do interior de paradigmas previamente estabelecidos.


[Maria Eliza Linhares Borges. Cartografia, poder e imaginário:

cartográfica portuguesa e terras de além-mar. Em Lana Mara de Castro

Siman e Thais Nívia de Lima e Fonseca (org). Inaugurando a História e

construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História]


De acordo com o excerto, a cartografia histórica é

Se, nas Minas Gerais, imperavam, desde longa data, “as tumultuosas ambições, desordens, prepotências e tiranias”, é possível afirmar que muitos dos inconfidentes, coparticipantes e gestores das estruturas de poder implantadas, não seriam completamente infensos a estes comportamentos e, portanto, também acumulavam e alimentavam seus próprios quinhões de ambição e prepotência. Não foram, nesse sentido, “generosos paladinos”, preocupados apenas com o interesse público ou, por outro lado, “feios, loucos e espantados”. Foram homens que existiram cotidiana e concretamente e, nessa dimensão deixaram alguns registros documentais que informam sobre aspectos substantivos de sua existência, os quais foram relativamente pouco explorados pela historiografia.

[João Pinto Furtado. Imaginando a nação: o ensino da história da Inconfidência Mineira na perspectiva da crítica historiográfica. Em Lana Mara de Castro Siman e Thais Nívia de Lima e Fonseca (org). Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História]

De acordo com o excerto, é correto afirmar que a Inconfidência Mineira
Assim, alicerçaram-se nesse ambiente duas formulações assaz arraigadas no imaginário brasileiro contemporâneo sobre o passado do país. Primeiramente, o mito de que o português é um povo “burro”, de onde derivam as milhares de piadas e anedotas, nas quais sempre aparece um luso estúpido, de raciocínio pífio e ilógico, que tem comportamento desviante e que chega sempre a conclusões estapafúrdias e burlescas. A segunda formulação sintetiza-se no tradicional bordão repetido pelo senso comum: “se o Brasil tivesse sido colonizado pelos ingleses...”, com variações que substituem os ingleses por holandeses e por franceses.

[Eduardo França Paiva. De português a mestiço: o imaginário brasileiro sobre a colonização e sobre o Brasil. Em Lana Mara de Castro Siman e Thais Nívia de Lima e Fonseca (org). Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História]

De acordo com o excerto, é correto afirmar que