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Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 52 a 60 referem-se ao texto abaixo.
Não é preciso uma viagem muito longa no tempo. O leitor com 50 anos talvez resgate na memória uma época em que o aparelho de tevê era um móvel exclusivo da sala de estar, as horas de transmissão eram reduzidas e a programação, escassa. Aos mais jovens eram reservados horários e conteúdos específicos, que não roubavam muito tempo dos estudos e das brincadeiras com amigos. Em pouco mais de quatro décadas, no entanto, a tevê ganhou tempo de programação, variedade de canais e cores, muitas cores. Vieram o videocassete, o DVD e os canais a cabo. Depois chegaram os videogames e a internet, abrindo um novo mundo de possibilidades.
A Kaiser Family Foundation, uma organização sem fins lucrativos com sede na Califórnia, divulgou recentemente um estudo sobre o tempo que crianças e adolescentes passam diante de meios eletrônicos nos Estados Unidos. O estudo, realizado em parceria com pesquisadores da Universidade de Stanford, analisou mais de 3 mil estudantes com idade entre 8 e 18 anos, e concluiu que a oferta de entretenimento 24 horas por dia, sete dias por semana, fez com que aumentasse a exposição aos meios eletrônicos. Crianças e adolescentes norte-americanos passam hoje nada menos que 7 horas e 38 minutos diárias, em média, diante de meios eletrônicos. Os resultados representam um sensível aumento em relação à pesquisa de 2004, quando foi registrada a média de 6 horas e 21 minutos.
O estudo detectou outras tendências importantes. Primeiro, o aumento do tempo diante dos meios eletrônicos de 2004 para 2009 foi causado em grande parte pelo crescente acesso a mídias móveis, tais como telefones celulares, iPods e aparelhos de MP3. Segundo, apenas três de cada dez crianças e adolescentes mencionaram regras relacionadas ao tempo diante da tevê, dos videogames e dos computadores.
Se a tendência se mantiver, teremos cada vez mais adultos que passaram a maior parte de sua infância e adolescência diante de meios eletrônicos. Como serão esses adultos? Um exército de gênios criativos ou uma horda de zumbis? Uma legião de desinibidos manipuladores dos mais complexos meios eletrônicos ou um bando de escravos iletrados desses mesmos meios? Uma geração de espírito aberto e crítico ou um punhado de conformistas, a consumir estilos de vida e grifes de identidade?
(Adaptado de Thomaz Wood Jr. "Juventude Virtual". Carta Capital,
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=6131)
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=6131)
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:
Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 52 a 60 referem-se ao texto abaixo.
Não é preciso uma viagem muito longa no tempo. O leitor com 50 anos talvez resgate na memória uma época em que o aparelho de tevê era um móvel exclusivo da sala de estar, as horas de transmissão eram reduzidas e a programação, escassa. Aos mais jovens eram reservados horários e conteúdos específicos, que não roubavam muito tempo dos estudos e das brincadeiras com amigos. Em pouco mais de quatro décadas, no entanto, a tevê ganhou tempo de programação, variedade de canais e cores, muitas cores. Vieram o videocassete, o DVD e os canais a cabo. Depois chegaram os videogames e a internet, abrindo um novo mundo de possibilidades.
A Kaiser Family Foundation, uma organização sem fins lucrativos com sede na Califórnia, divulgou recentemente um estudo sobre o tempo que crianças e adolescentes passam diante de meios eletrônicos nos Estados Unidos. O estudo, realizado em parceria com pesquisadores da Universidade de Stanford, analisou mais de 3 mil estudantes com idade entre 8 e 18 anos, e concluiu que a oferta de entretenimento 24 horas por dia, sete dias por semana, fez com que aumentasse a exposição aos meios eletrônicos. Crianças e adolescentes norte-americanos passam hoje nada menos que 7 horas e 38 minutos diárias, em média, diante de meios eletrônicos. Os resultados representam um sensível aumento em relação à pesquisa de 2004, quando foi registrada a média de 6 horas e 21 minutos.
O estudo detectou outras tendências importantes. Primeiro, o aumento do tempo diante dos meios eletrônicos de 2004 para 2009 foi causado em grande parte pelo crescente acesso a mídias móveis, tais como telefones celulares, iPods e aparelhos de MP3. Segundo, apenas três de cada dez crianças e adolescentes mencionaram regras relacionadas ao tempo diante da tevê, dos videogames e dos computadores.
Se a tendência se mantiver, teremos cada vez mais adultos que passaram a maior parte de sua infância e adolescência diante de meios eletrônicos. Como serão esses adultos? Um exército de gênios criativos ou uma horda de zumbis? Uma legião de desinibidos manipuladores dos mais complexos meios eletrônicos ou um bando de escravos iletrados desses mesmos meios? Uma geração de espírito aberto e crítico ou um punhado de conformistas, a consumir estilos de vida e grifes de identidade?
(Adaptado de Thomaz Wood Jr. "Juventude Virtual". Carta Capital,
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=6131)
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=6131)
Ao substituir o segmento grifado acima por "Caso a tendência", a continuação que mantém a correção e o sentido da frase original é:
Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 52 a 60 referem-se ao texto abaixo.
Não é preciso uma viagem muito longa no tempo. O leitor com 50 anos talvez resgate na memória uma época em que o aparelho de tevê era um móvel exclusivo da sala de estar, as horas de transmissão eram reduzidas e a programação, escassa. Aos mais jovens eram reservados horários e conteúdos específicos, que não roubavam muito tempo dos estudos e das brincadeiras com amigos. Em pouco mais de quatro décadas, no entanto, a tevê ganhou tempo de programação, variedade de canais e cores, muitas cores. Vieram o videocassete, o DVD e os canais a cabo. Depois chegaram os videogames e a internet, abrindo um novo mundo de possibilidades.
A Kaiser Family Foundation, uma organização sem fins lucrativos com sede na Califórnia, divulgou recentemente um estudo sobre o tempo que crianças e adolescentes passam diante de meios eletrônicos nos Estados Unidos. O estudo, realizado em parceria com pesquisadores da Universidade de Stanford, analisou mais de 3 mil estudantes com idade entre 8 e 18 anos, e concluiu que a oferta de entretenimento 24 horas por dia, sete dias por semana, fez com que aumentasse a exposição aos meios eletrônicos. Crianças e adolescentes norte-americanos passam hoje nada menos que 7 horas e 38 minutos diárias, em média, diante de meios eletrônicos. Os resultados representam um sensível aumento em relação à pesquisa de 2004, quando foi registrada a média de 6 horas e 21 minutos.
O estudo detectou outras tendências importantes. Primeiro, o aumento do tempo diante dos meios eletrônicos de 2004 para 2009 foi causado em grande parte pelo crescente acesso a mídias móveis, tais como telefones celulares, iPods e aparelhos de MP3. Segundo, apenas três de cada dez crianças e adolescentes mencionaram regras relacionadas ao tempo diante da tevê, dos videogames e dos computadores.
Se a tendência se mantiver, teremos cada vez mais adultos que passaram a maior parte de sua infância e adolescência diante de meios eletrônicos. Como serão esses adultos? Um exército de gênios criativos ou uma horda de zumbis? Uma legião de desinibidos manipuladores dos mais complexos meios eletrônicos ou um bando de escravos iletrados desses mesmos meios? Uma geração de espírito aberto e crítico ou um punhado de conformistas, a consumir estilos de vida e grifes de identidade?
(Adaptado de Thomaz Wood Jr. "Juventude Virtual". Carta Capital,
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=6131)
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=6131)
Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 52 a 60 referem-se ao texto abaixo.
Não é preciso uma viagem muito longa no tempo. O leitor com 50 anos talvez resgate na memória uma época em que o aparelho de tevê era um móvel exclusivo da sala de estar, as horas de transmissão eram reduzidas e a programação, escassa. Aos mais jovens eram reservados horários e conteúdos específicos, que não roubavam muito tempo dos estudos e das brincadeiras com amigos. Em pouco mais de quatro décadas, no entanto, a tevê ganhou tempo de programação, variedade de canais e cores, muitas cores. Vieram o videocassete, o DVD e os canais a cabo. Depois chegaram os videogames e a internet, abrindo um novo mundo de possibilidades.
A Kaiser Family Foundation, uma organização sem fins lucrativos com sede na Califórnia, divulgou recentemente um estudo sobre o tempo que crianças e adolescentes passam diante de meios eletrônicos nos Estados Unidos. O estudo, realizado em parceria com pesquisadores da Universidade de Stanford, analisou mais de 3 mil estudantes com idade entre 8 e 18 anos, e concluiu que a oferta de entretenimento 24 horas por dia, sete dias por semana, fez com que aumentasse a exposição aos meios eletrônicos. Crianças e adolescentes norte-americanos passam hoje nada menos que 7 horas e 38 minutos diárias, em média, diante de meios eletrônicos. Os resultados representam um sensível aumento em relação à pesquisa de 2004, quando foi registrada a média de 6 horas e 21 minutos.
O estudo detectou outras tendências importantes. Primeiro, o aumento do tempo diante dos meios eletrônicos de 2004 para 2009 foi causado em grande parte pelo crescente acesso a mídias móveis, tais como telefones celulares, iPods e aparelhos de MP3. Segundo, apenas três de cada dez crianças e adolescentes mencionaram regras relacionadas ao tempo diante da tevê, dos videogames e dos computadores.
Se a tendência se mantiver, teremos cada vez mais adultos que passaram a maior parte de sua infância e adolescência diante de meios eletrônicos. Como serão esses adultos? Um exército de gênios criativos ou uma horda de zumbis? Uma legião de desinibidos manipuladores dos mais complexos meios eletrônicos ou um bando de escravos iletrados desses mesmos meios? Uma geração de espírito aberto e crítico ou um punhado de conformistas, a consumir estilos de vida e grifes de identidade?
(Adaptado de Thomaz Wood Jr. "Juventude Virtual". Carta Capital,
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=6131)
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=6131)
Cargo: Técnico Judiciário - Área Administrativa
Ano: 2010
Atenção: As questões de números 41 a 51 referem-se ao texto abaixo.
O cosmopolita desenraizado
Quando Edward Said morreu, em setembro de 2003, após batalhar por uma década contra a leucemia, era provavelmente o intelectual mais conhecido do mundo. Orientalismo, seu controvertido relato da apropriação do Oriente pela literatura e pelo pensamento europeu moderno, gerou uma subdisciplina acadêmica por conta própria: um quarto de século após sua publicação, a obra continua a provocar irritação, veneração e imitação. Mesmo que seu autor não tivesse feito mais nada, restringindo-se a lecionar na Universidade Columbia, em Nova York ? onde trabalhou de 1963 até sua morte ?, ele ainda teria sido um dos acadêmicos mais influentes do final do século XX.
Mas ele não viveu confinado. Desde 1967, cada vez com mais paixão e ímpeto, Edward Said tornou-se também um comentarista eloquente e onipresente da crise do Oriente Médio e defensor da causa dos palestinos. O engajamento moral e político não chegou a constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said ? sua crítica à incapacidade do Ocidente em entender a humilhação palestina ecoa, afinal, em seus estudos sobre o conhecimento e ficção do século XIX, presentes em Orientalismo e em obras subsequentes. Mas isso transformou o professor de literatura comparada da Universidade de Columbia num intelectual notório, adorado ou execrado com igual intensidade por milhões de leitores.
Foi um destino irônico para um homem que não se encaixava em quase nenhum dos modelos que admiradores e inimigos lhe atribuíam. Edward Said passou a vida inteira tangenciando as várias causas com as quais foi associado. O "porta-voz" involuntário da maioria dos árabes muçulmanos da Palestina era cristão anglicano, nascido em 1935, filho de um batista de Nazaré. O crítico intransigente da condescendência imperial foi educado em algumas das últimas escolas coloniais que treinavam a elite nativa nos impérios europeus; por muitos anos falou com mais facilidade inglês e francês do que árabe, sendo um exemplo destacado da educação ocidental com a qual jamais se identificaria totalmente.
Edward Said foi o herói idolatrado por uma geração de relativistas culturais em universidades de Berkeley a Mumbai, para quem o "orientalismo" estava por trás de tudo, desde a construção de carreiras no obscurantismo "pós-colonial" até denúncias de "cultura ocidental" no currículo acadêmico. Mas o próprio Said não tinha tempo para essas bobagens. A noção de que tudo não passava de efeito linguístico lhe parecia superficial e "fácil". Os direitos humanos, como observou em mais de uma ocasião, "não são entidades culturais ou gramaticais e, quando violados, tornam-se tão reais quanto qualquer coisa que possamos encontrar".
(Adaptado de Tony Judt. "O cosmopolita desenraizado". Piauí,
n. 41, fevereiro/2010, p. 40-43)
após batalhar por uma década contra a leucemia, era provavelmente
o intelectual mais conhecido do mundo. Orientalismo,
seu controvertido relato da apropriação do Oriente pela literatura
e pelo pensamento europeu moderno, gerou uma subdisciplina
acadêmica por conta própria: um quarto de século após sua
publicação, a obra continua a provocar irritação, veneração e
imitação. Mesmo que seu autor não tivesse feito mais nada,
restringindo-se a lecionar na Universidade Columbia, em Nova
York ? onde trabalhou de 1963 até sua morte ?, ele ainda teria
sido um dos acadêmicos mais influentes do final do século XX.
Mas ele não viveu confinado. Desde 1967, cada vez com
mais paixão e ímpeto, Edward Said tornou-se também um comentarista
eloquente e onipresente da crise do Oriente Médio e
defensor da causa dos palestinos. O engajamento moral e político
não chegou a constituir um deslocamento da atenção intelectual
de Said ? sua crítica à incapacidade do Ocidente em entender
a humilhação palestina ecoa, afinal, em seus estudos sobre
o conhecimento e ficção do século XIX, presentes em Orientalismo
e em obras subsequentes. Mas isso transformou o
professor de literatura comparada da Universidade de Columbia
num intelectual notório, adorado ou execrado com igual
intensidade por milhões de leitores.
Foi um destino irônico para um homem que não se
encaixava em quase nenhum dos modelos que admiradores e
inimigos lhe atribuíam. Edward Said passou a vida inteira tangenciando
as várias causas com as quais foi associado. O
"porta-voz" involuntário da maioria dos árabes muçulmanos da
Palestina era cristão anglicano, nascido em 1935, filho de um
batista de Nazaré. O crítico intransigente da condescendência
imperial foi educado em algumas das últimas escolas coloniais
que treinavam a elite nativa nos impérios europeus; por muitos
anos falou com mais facilidade inglês e francês do que árabe,
sendo um exemplo destacado da educação ocidental com a
qual jamais se identificaria totalmente.
Edward Said foi o herói idolatrado por uma geração de
relativistas culturais em universidades de Berkeley a Mumbai,
para quem o "orientalismo" estava por trás de tudo, desde a
construção de carreiras no obscurantismo "pós-colonial" até
denúncias de "cultura ocidental" no currículo acadêmico. Mas o
próprio Said não tinha tempo para essas bobagens. A noção de
que tudo não passava de efeito linguístico lhe parecia superficial
e "fácil". Os direitos humanos, como observou em mais de uma
ocasião, "não são entidades culturais ou gramaticais e, quando
violados, tornam-se tão reais quanto qualquer coisa que possamos
encontrar".
n. 41, fevereiro/2010, p. 40-43)