Funcionando desde o início de sua construção como polo de atração migratória, o Distrito Federal vive atualmente um processo de forte crescimento populacional, somente comparável ao da década de 80 do século XX. Tal constatação, associada à redução das taxas de mortalidade e ao aumento expressivo das taxas de natalidade, permite inferir os graves problemas de trânsito, moradia e emprego que o DF deverá enfrentar nas décadas futuras.

As características físicas sugeridas por Andrada e Silva para a região em que a "cidade central" deveria ser erguida correspondem, genericamente, ao sítio de Brasília: o clima é ameno, o solo é, naturalmente, muito fértil, e a área é dotada de rios navegáveis de grande caudal.

Por situar-se em área de relevo planáltico, o que equivale dizer "plano" e "alto", o Distrito Federal não convive com problemas que atormentam outras cidades, como deslizamentos de encostas. Além disso, uma das características do regime de chuvas é sua regular distribuição durante o ano, o que não sujeita Brasília a enchentes, situação corriqueira em capitais como São Paulo e Belo Horizonte.

O Governo do Distrito Federal (GDF) realizou estudos para implementar um sistema de transporte conhecido como Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cujas obras deverão, segundo previsão do GDF, ter início em 2009. Quando concluído, o VLT ligará o aeroporto ao final da Asa Norte, passando pela avenida W3, e deverá contribuir significativamente para a redução do fluxo de veículos naquela via.

A recomendação feita no texto ao sistema de transporte que deveria integrar a nova capital ao restante do país foi cumprida à risca. Entretanto, quanto às ferrovias, até hoje a capital não possui ligação com outras cidades, sendo o transporte de carga feito exclusivamente por via rodoviária e(ou) aérea.

A região administrativa comumente chamada de Plano Piloto concentrava, há algumas décadas, mais da metade da população do Distrito Federal. Com um incremento da população das demais RAs em ritmo superior ao seu, o Plano Piloto passa a depender cada vez mais de trabalhadores de áreas periféricas. Desse modo, a modernização do sistema de transportes passa a ser preocupação das mais relevantes para a melhoria da qualidade de vida da população ativa do DF.

Entre os mecanismos de atração de empresas de outras regiões para o Distrito Federal, encontram-se os incentivos fiscais, como financiamentos, redução de impostos e facilidades na aquisição de terrenos, medidas que, entre as unidades da Federação, somente o DF pode aplicar, por força de lei impeditiva à chamada guerra fiscal, que produziu resultados danosos às economias estaduais em anos passados.

O crescimento econômico apontado no texto elevou os níveis de renda per capita de Brasília a patamares bem superiores aos nacionais; entretanto, não conseguiu, ao longo de sua existência, impedir que a pobreza se tornasse uma realidade em suas ruas. A economia informal mostra toda sua força em feiras e até mesmo nas calçadas, contando com a conivência do poder público, que não tem tomado medida alguma para conter a expansão do subemprego pelas ruas dos diversos núcleos urbanos do Distrito Federal.

A maior parte da população economicamente ativa (PEA) do Distrito Federal encontra-se empregada na prestação de serviços; entretanto, as tecnologias agrícolas rudimentares utilizadas na zona rural mantêm esta unidade da Federação com índices da PEA ocupada no setor primário em níveis ainda elevados para os padrões brasileiros.

Com uma economia fortemente concentrada no setor secundário, Brasília enfrentará, em decorrência da crise global, sérios problemas relacionados ao desemprego no ano de 2009, que se refletirá, por certo, na redução das exportações dos produtos industrializados aqui fabricados.